Praça Rui Barbosa
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Hoje, eles tem uma
alcunha pomposa: taxistas ou motoristas condutores de táxis… Na minha
juventude, eram conhecidos como “choferes de praça”. Tinham pontos fixos;
estacionavam nas principais praças e avenidas da cidade. Tinham “ponto” na
Leopoldino, na Presidente Vargas, Rodoviária “velha”, praça do Grupo “Brasil” e
Rui Barbosa. Excelentes e exemplares chefes de família, homens sérios e
compenetrados de suas funções, gozavam de inteira confiança da sociedade
uberabense. Nos anos 50, não tínhamos a profusão de carros que temos hoje.Na pressa
ou “corrida” mais longe… vai de táxi. Córrego das Lajes à descoberto, pista em
direção ao mercado e a outra vinda de lá, em demanda à rua senador Pena. Do
lado direito, para a praça dos Correios, em frente a Farmácia do “Nico” e à
banca de jornais do “seo”Ferraz, praticamente, dia e noite, estavam o Michel,
seu irmão Alfredo, Ernesto Vilela, Euclides, Sebastião Lucas, os irmãos Onésio,
Farnezi e Saul, Benedito, Filhinho, Sebastião Fonseca, Lamounier, Benedito
Ferreira, Arnaldo, Benicio, Orlando e Agnelo. Muitos estão no plano superior,
outros vivos e sãos, desfrutando os bons momentos de uma merecida
aposentadoria.Do outro lado da avenida, outro “ponto” que deixou saudade:
ficava ao lado da banca de jornais do “seo” Wilmondes Bastos, na esquina do
“enjeitei” e avô dos nossos queridos Tharsis e Thales (Talinho) Bastos, o
primeiro jornalista e empresário de sucesso em BH e o irmão, professor,
compositor e músico consagrado. “Milionário”, Pedro Staciarini , José de
Castro, João Borges e o filho Leopoldino, “Fazendeiro”, Joaquim Borges e “Barba
Azul. Não existia taxímetro e a “corrida” combinada na hora, dependendo da cara
do freguês…
Outros “pontos”, repito,
tinham enorme tradição. Da praça Modelo (av.Presidente Vargas), era liderado
pelo Benedito, da praça do “Grupo Brasil”, o “chefão” era o “Bené”(?). Na praça
Jorge Frange (rodoviária antiga), os mais conhecidos e antigos, o Jesus Prata e
Luiz Batistuta.
Os motoristas da praça
Rui Barbosa tem história independente dos demais “pontos” da cidade.Ali, na
fundação da cidade, os carros de bois foram os primeiros meios de transporte
que Uberaba conheceu. Depois, a carroça, a charrete (coberta e descobertas),
até a chegada dos primeiros “fordecos” que serviam de condução para mercadorias
e/ou pessoas. Os quadros à óleo, inicialmente e, mais tarde, os primeiros
retratos, mostram o cenário de comercialização dos primórdios da nossa
civilização. Como não lembrar das figuras simpáticas e prestativas dos choferes
da praça Rui Barbosa? Os irmãos Roil e Jorge Cussi, Zezeca e o filho Jaime
Matheus, “Zé Gasolina”, “Bahia”, “Rola”, Olimpio Fonseca, Loreto Palioti, Hugo
Trida, Ninío, Wilson Nomelini, “Pachola”, os Olimpio Fonseca, Loreto Palioti,
Hugo Trida, Ninío, Wilson Nomelini, e Massa e outros de saudosos e áureos
tempos…
Era uma Uberaba com pouco
mais de 60 mil habitantes, pacata, onde todos conheciam quase todos, os bairros
eram bem próximos do centro da cidade, sem a correria e atropelos dos dias
atuais, córregos à céu aberto, onde as pessoas se cumprimentavam, a amizade era
sincera, os prefeitos eram nascidos na santa terrinha e Uberaba tinha muito
amor prá dar…
Luiz Gonzaga de Oliveira