quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Frequentadores assíduos colecionam lembranças do Mercado

Um dos frequentadores do Mercadão é o reitor da Universidade de Uberaba (Uniube), Marcelo Palmério, 82 anos, que na sua infância e adolescência morava praticamente nos fundos do local, onde foi o antigo Colégio Triângulo. "Desde muito cedo, eu gostava de frequentar o Mercado, encontrar as pessoas e participar daquela muvuca, que achava bastante interessante, com figuras marcantes das bancas tradicionais", lembrou. 

Outro frequentador assíduo, desde a década de 60, é o aposentado Antônio Carlos Pereira Prata, 60 anos. "O Mercado representa muita coisa na minha infância, pois eu chegava a fugir de velocípede e depois de bicicleta para ir pra lá brincar e conversar". 

Antônio conheceu os antigos permissionários que já faleceram ou que passaram o ponto para os filhos e netos. Ele se lembrou de dona Maria Madeira, uma portuguesa que vendia verduras, especialmente palmito, usava roupas típicas e lenço na cabeça. E se recordou de figuras como Cordeiro, Xibiu, Dona Irene da Pastelaria, Coquinho, Pernambucano e Melão. Além deles, citou o peixeiro que ficava do lado de fora do prédio antigo. A venda de galinhas caipiras que chegavam em bicicletas e carroças, o cocho do lado de fora para que os cavalos tomassem água e os caminhões Chevrolet velhos, caindo aos pedaços, tocados à manivela, que quase não andavam e serviam para vender frutas do lado de fora. Tudo isso ainda está presente na sua memória. 

Também faz parte da história do Mercado Municipal, o grupo Roda de Prosa, que acontecia aos finais de semana, comandado pelo empresário Tião Silva, que reunia políticos, lideranças, intelectuais, comerciantes e até religiosos para discutir política. Teve música ao vivo, na época do professor Antônio Carlos Marques, e os carnavais que eram realizados no entorno do Mercadão.

Muitas famílias que residem em outros municípios fazem questão de visitar o Mercado quando vêm a Uberaba e não deixam de levar iguarias, como queijos, doces, cachaças, carnes e peixes. Esse é o caso do engenheiro Carlos Freitas, 70 anos, que frequenta desde criança o local e estava com a família comendo um pastel e levando delícias para Igarapava (SP), onde reside. "Esse é um lugar que tem de tudo e a gente se sente muito acolhido, como se estivéssemos em casa", concluiu.

Jornalista Maria Cândida Sampaio