segunda-feira, 11 de abril de 2022

A GUERRA CHEGA EM UBERABA

Colocando pai e filho em lados opostos, o grande conflito finalmente chegava em Uberaba. Isso já era há muito tempo esperado. Ante a indefinição do governo federal em relação ao panorama internacional, radicais locais vinham apoiando abertamente atuar ao lado dos fascistas. Eles compunham o que ficou sendo conhecido por grupo dos camisas pretas.

Dentre os mais entusiasmados com os ideais fascistas estava Teófilo Riccioppo, que chegou a ser presidente da Fratellanza Italiana, cuja comunidade se reunia em prédio próprio localizado na rua 7 de Setembro.

Imagens: 1 – Teófilo e Francisco Riccioppo; 2 – Fulvio Riccioppo;3 – pilotos da FAB em treinamento nos EUA
 (álbum de família e do acervo do APU – Arquivo Público de Uberaba)

Mas quando o Brasil definiu posição em favor dos países aliados, inúmeros jovens foram convocados para integrar a FEB, Força Expedicionária Brasileira. Dentre esses Fulvio o próprio filho de Teófilo, além de dois outros sobrinhos, Plauto e Vinicius, que passaram a integrar o grupo de combatentes.

No seio da família a situação ficou deveras incomoda, principalmente para Teófilo, que emocionado aconselhou o filho: “- Fulvio, eu sei que esta situação, por minha causa, não deve ser fácil para você. Porém, ouça-me: faça o melhor pelo seu país e esqueça-se de minhas origens. Você deve defender aquilo em que acredita. Não pense mais nisso...”

Fúlvio Riccioppo foi então enviado para um período de treinamento nos Estados Unidos antes de ser incorporado ao grupo de pilotos, assumindo o comando de um P-47D Thunderbolt, o avião de caça utilizado pela FAB, Força Aérea Brasileira.

A bela saga do clã familiar é narrada, com rara maestria e felicidade por Plauto Ricciopo Filho, no livro “Raízes Arbëshë – histórias e memórias da família Riccioppo”.

Moacir Silveira