quinta-feira, 5 de março de 2020

GENEALOGIAS UBERABENSES


Guido Bilharinho


Desconhecidas ou ignoradas pela maioria das pessoas, as genealogias têm dado importante contribuição à História, visto que essas pesquisas e levantamentos familiares implicam indivíduos e gerações que compuseram, participaram e contribuíram com sua existência e atuação para a formação histórica no tempo e no espaço.

Uberaba, pelo seu posicionamento espácio-temporal e as peculiaridades que condicionaram e direcionaram seu desenvolvimento, atraiu e reuniu consideráveis núcleos familiares, que, alguns dos quais, paulatinamente, por meio de um ou outro de seus membros mais qualificados que se propuseram a tais pesquisas, tiveram procedidos seus levantamentos genealógicos.

Em consequência disso, inúmeros já são os livros atinentes ao assunto, aqui referenciados, pela ordem cronológica de suas publicações, os que chegaram às nossas mãos, dos quais, pelo momento, apenas se fornecem breves informações.

A primeira obra nesse sentido de que se tem notícia deve-se ao incansável historiador Hildebrando Pontes, que se não limitou a proceder à genealogia de apenas uma família, o que já seria digno de encômios, mas se lançou a produzir toda uma série delas, que intitulou de “Genealogia Mineira”, da qual publicou o TÍTULO I – RODRIGUES DA CUNHA, em 1929, composto de 87 (oitenta e sete) páginas, não obstante a tenha iniciado em maio de 1905, conforme informa na introdução ao livro. 

Após o pioneirismo de Hildebrando Pontes é editado, em 1956, o livro HISTÓRIA VERÍDICA, de Dalila Soares de Azevedo, levantamento da descendência do capitão Domingos da Silva e Oliveira, irmão do major Eustáquio e primeiro agente executivo (prefeito) do município, precedida a obra de “Sinopse da Vida de Uberaba”.

Trinta e quatro anos depois surge o livro DO SILVA AO PRATA, de autoria de Délia Maria Prata Ferreira, editado em 1990 com 175 (cento e setenta e cinco) páginas e diversas ilustrações, que provavelmente serviu de incentivo à série de outros que lhe seguem em breves intervalos nos anos seguintes.

Nem bem seis anos são transcorridos, Paulo Medina Coeli edita MEDINA COELI – HISTÓRIA E GENEALOGIA, com 160 (cento e sessenta) páginas, no qual, ao invés do tradicional quadro familiar sucessório, expõe a genealogia dos Medina Coeli por meio de narrativas contextualizadas e ilustradas.

Da mesma forma, Jorge Alberto Nabut edita em 2001 o livro FRAGMENTOS ÁRABES, com 278 (duzentas e setenta e oito) páginas e inúmeras ilustrações, no qual, para além dos limites do estrito levantamento familiar, enfoca poética e contextualmente a chegada e atuação de várias famílias árabes na região.

Quatro anos depois, em 2005, vem à lume o livro NOSSO PASSADO E NOSSA GENTE, de Fausto de Vito, com 214 (duzentas e catorze) páginas, concernentes à família De Vito, reportada à sua origem italiana.

Encurtando cada vez mais o intervalo entre uma e outra das publicações do gênero, é editada em 2008, em dois alentados volumes, a obra OS RODRIGUES DA CUNHA – A SAGA DE UMA FAMÍLIA, de Antônio Ronaldo Rodrigues da Cunha e Marta Amato, contendo no primeiro, em 584 (quinhentas e oitenta e quatro) páginas, a genealogia familiar e, no segundo, expressivo álbum fotográfico de membros da família.

Já no ano seguinte, 2009, Marta Junqueira Prata lança o livro OS REIS – HISTÓRIA E GENEALOGIA DE UMA FAMÍLIA, com 152 (cento e cinquenta e duas) páginas e abrangente índice onomástico.

Nem bem discorridos dois anos desse último lançamento, Plauto Riccioppo Filho publica, em 2011, a obra RAÍZES ARBËRESCHË – HISTÓRIAS E MEMÓRIAS DA FAMÍLIA RICCIOPPO, também em alentado volume de 614 (seiscentas e catorze) páginas, fartamente ilustradas. 

Após um tanto dilatado período intervalar, eis que há dias, precisamente em 21 de dezembro de 2019, é lançado no Museu do Zebu, na presença de centenas de Borges de diversas gerações, A ODISSEIA DOS BORGES, de Carla Mendes Bruno Brady e Randolfo Borges Filho, em projeto ideado e coordenado por Leila Borges de Araújo e Randolfo Borges Filho, em portentoso volume de nada menos de 980 (novecentas e oitenta) páginas ilustradas, focalizando os troncos e ramos familiares: Martins Borges, Borges de Araújo, Gonçalves Borges, Alves Borges, Borges de Gouveia e Antônio Borges Sampaio, o célebre historiador.

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Além dos livros acima mencionados, existem diversas outras genealogias, veiculadas por enquanto em edições mimeografadas.

A mais longeva delas consiste na GENEALOGIA DA FAMÍLIA SILVA E OLIVEIRA, efetuada por ninguém menos do que o múltiplo historiador Hildebrando Pontes, elaborada nos inícios do século XX e composta de 222 (duzentas e vinte e duas) páginas, justamente sobre a família Silva e Oliveira, a fundadora de Uberaba na pessoa de Antônio Eustáquio da Silva e Oliveira, o major Eustáquio, mas, na verdade, família Távora, perseguida pelo marquês de Pombal e impedida, até sua reabilitação pela rainha Maria I, de utilizar seu legítimo nome, ao qual o pai do major não quis voltar.

A GENEALOGIA DA FAMÍLIA FERREIRA DE ARAÚJO é também da lavra de historiador Hildebrando Pontes, constituindo o Título II da série Genealogia Mineira que se propôs a fazer, composta de 90 (noventa) páginas manuscritas.

Por sua vez, em 1990, José Carlos Machado Borges (Juquita Machado) publica em mimeógrafo, em 244 (duzentas e quarenta e quatro) páginas, sua múltipla genealogia intitulada GENEALOGIAS por se referir, conforme explica o Autor em prêambulo, a seus quatro distintos troncos familiares: Machado dos Santos, Pepino, Borges de Araújo e José Bernardes.

Outras genealogias e histórias familiares provavelmente devem existir prontas ou em vias de elaboração, cumprindo apenas que sejam dadas à divulgação, como necessário.

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Guido Bilharinho é advogado em Uberaba e autor de livros de literatura, cinema, estudos brasileiros, História do Brasil e regional editados em papel e, desde setembro/2017, um livro por mês no blog https://guidobilharinho.blogspot.com.br/


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