domingo, 30 de dezembro de 2018

O BUSTO DE PALMÉRIO

Assistí o descerramento do busto de Mário Palmério, homenagem ao imortal, pela Academia de Letras Triângulo Mineiro prá lá de merecida. Parabéns, presidente João Euripedes Sabino. Lembranças como essa, devem ser preservadas. A gratidão e o reconhecimento não são comuns entre os homens. Mas que deveriam erguer uma baita estátua de Palmério na praça principal da terrinha...ah! deixa prá lá... a cegueira dos uberabenses postiços e natalinos, por aqui, fez “rancho”...

A visão cosmopolita de Palmério, seu espírito educador, obstinado por conquistas, deputado federal em várias legislaturas, escritor, embaixador, músico, letrista e compositor, ”meetingueiro” inigualável, imortal, tanto aqui, quanto no mundo dos contos, Palmério, foi o maior líder que a terrinha conheceu...Contudo, falta-lhe o diploma de “Doutor Honoris causa” da cidade que ele tanto amou !.

A larguesa de seus horizontes, a missão visionária, sacerdotal das metas que queria alcançar e alcançou, a concretização de seus ideais, fizeram dele, a voz maior da terrinha .Confesso- lhes, é o meu ídolo. Ao dotar Uberaba, a saga do ensino superior, abrindo o leque de oportunidades para os jovens da terra e circunvizinhas, especialmente à pobreza estudantil que ansiava por crescimento cultural e profissional, arejando o desejo de um futuro promissor que só aos ricos e potentados eram permitidos, mudou a face da cidade.

Até a metade do século XX, esse privilégio estava reservado aos filhos dos ricos “coronéis” da terrinha. Iam estudar nos grandes centros e, no retorno, recebidos com banda de música, espocar de fogos e desfile em carro aberto.. .Era o “aviso” à população, que o “filho do coronel fulano de tal”, havia se formado e voltava para atender a pobreza da santa terrinha...

Mário Palmério, quebrou, esparramou pelo nosso chão, essa odiosa diferença. “Maomé não podia alcançar a montanha; a montanha veio a Maomé”... Uberaba, , escrevo sem medo de cometer injustiça, ainda hoje, 70 anos depois da primeira Faculdade (Odontologia) , graças ao ensino superior trazido por ele, suporta a carga de desenvolvimento cultural que perdura. Do engraxate, frentista de posto de gasolina, filho de motorista, pedreiro, pintor de paredes, barzinhos, restaurantes, boemias, puteiros, motéis quetais, vivem em função da nossa trepidante vida estudantil.

Outras escolas superiores vieram no rastro das “escolas do Mário”. Se isso na tivesse acontecido, Uberaba seria um “fazendão”, bem ao gosto da nossa elite rural, até então, dominante na cidade. Ao Rio Grande, nosso eterno agradecimento pela “participação”... Palmério, o benfeitor mor da terrinha, morreu com uma dorzinha no coração. De tudo que trouxe para Uberaba, a cidade lhe negou uma vontade não realizada: ser o nosso Prefeito!

O uberabense não entendeu, nas eleições de 1970, o “alerta”que, em praça pública, mostrava em “slides”, o que o nefasto Rondon Pacheco, fazia por Uberlândia. Não deu outra... Infelizmente, o seu vaticínio se confirmou. Hoje, a população de Uberaba é a metade da vizinha... O busto de Palmério na sede da ALTM, é bonito. Convenhamos, Uberaba ainda lhe é devedora. À reflexão dos amáveis leitores, Rui Barbosa, nem sabia onde ficava Uberaba, ganhou nome de praça. O fabuloso complexo da UNIUBE, a avenida que por ela passa, não poderia ter, pelo menos, um “ pedaço” do nome do nosso inesquecível benfeitor? É pedir muito ?

Bom inicio de semana e afetuoso abraço do “ Marquez do Cassú”







Cidade de Uberaba