terça-feira, 13 de março de 2018

A IMPRENSA DE UBERABA

O termo jornalismo é relativamente moderno. A sua história é muito antiga e confunde, invariavelmente, com a imprensa, desde quando Gutemberg aperfeiçoou a técnica de reproduzir textos escritos ao uso de tipos móveis. As publicações eram distribuídas pelos governos , dando conta de suas atividades administrativas. Quando os líderes políticos perceberam a penetração e o enorme poder que as “ folhas” impressas tinham para influenciar a população, foi aquela “ enxurrada “ de publicações por parte das facções políticas. No século passado, o jornalismo e as técnicas de comunicação e informação evoluíram de uma forma espantosa e teve efeito duradouro.

Uberaba absorveu e tem jornais, há mais de século. Orlando Ferreira,”Doca”, uma das mais expressivas figuras do jornalismo em todos os tempos na terrinha, detestava o jornal “Correio Católico “, a serviço da Igreja Católica, religião que ele abominava. Sobre o outro jornal, o “ Lavoura e Comércio “, chamava-o de “ órgão oficial do município “ ( tal e qual como hoje ? sei lá...) .Criticava a dubiedade de opinião do jornal “ do Quintiliano (Jardim) que, segundo ele, chegava às raias do absurdo. Em “ pílulas”, denunciava fatos da cidade; do outro lado, encobria- os se se referissem aos “ figurões” da terrinha... 

Os jornais, hoje, não se preocupam em escrever “ editoriais” que reflitam a opinião do veículo. Formadores de opinião, praticamente não existem a não ser alguns “ colaboradores” , que, semanal ou quinzenalmente, ocupam esse espaço. E só. Nenhum uberabense levantou a voz , lastimou e muito menos perguntou, o “ porquê” , deixaram de circular , a “Gazeta de Uberaba”, o “Lavoura e Comércio”, “ Vox “, ‘Correio Católico” e “Cidade Livre”. “Doca”, deve ter ficado triste em saber que eles não mais circulam. Pasmo ainda, se soubesse que as rádios P.R.E.- 5 , Difusora e Uberaba, deixaram de funcionar. A TV- Uberaba, a primeira e única geradora de TV, genuinamente uberabense, desapareceu. “Doca”, por certo, espumaria no canto da boca, ao saber que ninguém , políticos de proa da cidade, chorou uma única lágrima ( ainda que de crocodilo, falsa, covarde ) por perdas tão sentidas... As duas principais redes de TV do Brasil, instalada na cidade, ocupam pequenos espaços com noticias da terrinha. Nunca se aprofundam em saber dos nossos problemas, das nossas dificuldades. Querem apenas o dinheiro da publicidade dos nossos empresários..As emissoras de rádio...bem..ou “ toca” música jovem ou as tão em moda, o gênero sertanejo. Nada mais... 

A imprensa local vive de pequenos registros. É um tal de “morde e assopra” que espanta. Vivemos em tamanho servilismo nos meios de comunicação que vou te contar...Estamos vivendo a época que “ não se vende espaço, mas, opinião”. Já comentei e volto a repetir : o uberabense gosta mesmo é de ler coluna social. Os “ endinheirados”da terrinha,o pessoal da “ diretoria”, mostram-se em fotos, gozando as delicias “ lá de fora” ... A “ pobreza”, coitada, contenta-se com o reverso da medalha: manchetes com ladrões presos, seqüestros, acidentes de trânsito, bandidos drogados e assassinatos na periferia.... 
Que Nossa Senhora da Abadia, padroeira da santa terrinha, tenha pena do nosso povo “ Marquez do Cassú”.