A
“evolução de 64”, estava no auge. Prisões, “caça às bruxas”, fugas, perda de
mandato e o” escambau”. Quase em 69, veio o famigerado”Ato Institucional-no.5”,
o célebre A.I-5, temido,substituindo, por largo período,a nossa combalida
democracia vigiada. Perda de liberdades individuais, supressão do
habeas-corpus”, fechamento do Congresso, prisões por todas as partes do País
.Instalou-se um verdadeiro pânico no território nacional.
Os
jovens, principalmente os alinhados com UNE- União Nacional dos Estudantes-,
rebelou-se de vez. Aliados aos comunistas e ou adeptos da doutrina, partiram
para as escaramuças, os atentados às repartições públicas, as expropriações (
roubos para arrecadar dinheiro para a “resistência”...), assaltos a bancos e o
terrorismo campeando pelo Brasil afora...
Uberaba,por
um grupo dito “socialista”, aderiu ao movimento. A imprensa amordaçada, os
“agentes da repressão” atentos, esses jovens da terrinha (comunistas? Sei
lá...)reuniam-se, clandestinamente, visando uma “ação contra-revolucionária”...Meia
dúzia de moças e rapazes, sob o comando de um conhecido empresário local, tido
como ideais socialistas, faziam “ponto”, ou “aparelho?” na sua chácara. Além do
manjado proselitismo marxista, começaram planejar um grande assalto “a um
estabelecimento bancário da cidade”. Visava à obtenção de recursos para a
“grande causa por que lutavam”...
De
comparsas ( ou “companheiros?”) de outras regiões, receberam armas e munições.A
chegada de grande carga de bananas de dinamite, foi motivo de grande alegria
para os jovens...O objetivo traçado estava definido:- “ com o apoio de um
“colega” que trabalhava no Banco, tomariam de assalto o cofre forte e teriam o
dinheiro suficiente para prosseguir nas ações expropriatórias”, diziam todos em
voz uníssona.
Tudo
preparado,chegou o “grande dia”.Trajeto traçado,condução preparada, mapa
pronto, as armas nas mãos de cada participante; era apenas aguardar o
encerramento do expediente bancário para que a ação fosse desencadeada.Todos a
postos,embora nervosos, o “deslocamento” do grupo definido após o assalto, as
bananas de dinamite “ no ponto”, o local previamente estudado e o roteiro da
“fuga”, desenhado...
Ansiosos,
esperaram pelo “sinal” do “companheiro’ na parte interna do banco. Seis e meia
e nada do “sinal”.Com o coração na garganta,continuavam esperando.Sete horas !
Nada ! Sete e meia ! Também não ! Ás oito da noite, desistiram da
“ação”.Retornaram,frustrados, ao sitio do “comandante”. Decepcionados, “fulos”
da vida, aguardaram a chegada do “companheiro bancário”. Em vão.
No
outro dia, a noticia:o bancário fora preso ao final da tarde prevista para o
assalto...As reuniões clandestinas não mais aconteceram, o “grupo” esfacelou-se
a terrinha, felizmente, não assistiu a “expropriação”de um banco e os nossos
jovens idealistas não foram presos...
Conto
o “milagre”, mas não conto os “santos”,pois,alguns deles estão vivos.. dever de
oficio de um veterano jornalista que soube do episódio naquele tempo e só
agora, faz a revelação...
Luiz
Gonzaga de Oliveira