Pedro Ernesto Nassif de Oliveira "Nenete"
Pedro Ernesto Nassif de Oliveira
"Nenete", natural de Conceição das Alagoas-MG, foi o vencedor do 1°
Festival do Chapadão de Música Popular Brasileira, com a música SARRAFO, de sua
autoria, tendo a participação do grupo Canto e Cor na interpretação. O festival
foi realizado em Uberaba-MG no dia 19 de outubro de 1966, no Clube Sírio
Libanês.
(Dina Bessa)
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“FESTIVAL
DO CHAPADÃO”, O SEU IDEALIZADOR E PRODUTOR, RECENTEMENTE FALECIDO EM
UBERLÂNDIA, JORGE HENRIQUE PRATA SOARES, O PRATINHA
Levanto
cedo. Seis da manhã, estou aceso.Roupa trocada.Rosto lavado e destes escovados.
Saimos, Wania e eu, para a costumeira e saudável caminha matinal. Praça da
Mojiana, o destino.Ha mais de 20 anos. Ainda encontro, quase todos os dias,
bêbados que vararam a madrugada, moradores de rua dormindo na platibanda da
estação e os costumeiros companheiros de caminhada. Sábado e domingo, não.
Quase sempre vou prá roça ouvir o canto dos pássaros, o mugir do gado, o piar
das siriemas , o cacarejar das galinhas e o sonoro cantar do único galo do
terreiro. Aliado a tudo isso uma moda de viola da raiz, Tião Carrero e
Pardinho, Chitãozinho e Xororó, Tonico e Tinoco, Rolando Boldrin, Sérgio Reis,
Silveira e Barrinha, Lio e Léo e outros mais expoentes do gênero sertanejo.O
tempo passa. Rapidinho…
Hoje,levantei
com vontade de ouvir rádio. Liguei numa, evangélica. Outra, um barulhão “toc,
toc, toc” e não entendia nada. Outra, o noticiário falava em acidente,
roubo,morte, arrombamento, assassinatos e outras desgraças mais. Na outra, um
noticiário local só de elogios à administração municipal e na última AM que
tentei, só propaganda…Sintonizei a FM. Outro desprazer. Músicas da pior
qualidade dessas “sertacamas” modernas…Mudo o dial, a oração de S.Francisco.
Insisto, aí vem uma mensagem de um locutor otimista. Quase na “ponta”, uma
universitária e músicas de gosto duvidoso. Desliguei o rádio. Pesaroso..
Fiquei
a pensar com meus botões:”cadê a música boa?”A verdadeira música popular
brasileira?Cadê as músicas com sentido e cantores de voz afinada?Será que tudo
acabou?
Lembrei-me
do Pratinha (Jorge Henrique Prata Soares) e o seu “Festival do
Chapadão”.Festivais memoráveis, diga-se, que não se ouve e nem vê falar mais.
Começou em 1968, durou 25 anos, com pequenos intervalos, mercê a burrice de
alguns prefeitos que não ajudavam o sonhador (além de competente) Pratinha, na
realização do festival. Ah!foram anos inesquecíveis! Ataliba Guaritá Neto, o
Netinho, apresentou os três primeiros, 68,69 e 70. Depois a voz bonita, postura
de grande apresentador, de Romeu Sérgio Meneghelo, médico conceituado em
S.Paulo. Em seguida, a elegância de Reinaldo Rodrigues, engenheiro por esses
Brasís afora… As músicas? Letras de “babar” e que marcaram época. “Sarrafo”,
ganhou o Festival primeiro.Falava da morte do estudante Edson Luis, no
“Calabouço”, restaurante estudantil no Rio de Janeiro. A censura “bobeou” com a
letra e… pimba! Lembram-se do Pedro Ernesto, da Engenharia? Pois é, ele foi o
grande vencedor.
Em anos seguintes, vieram grandes “clássicos”que só não foram tocados pelas rádios brasileiras pela incompetência, ignorância e falta de conhecimento dos discotecários e donos de emissoras… Outra notável composição vencedora: “Pirulito”, do Marival, contando e cantando a vida dos vendedores da guloseima pelas ruas da cidade… Outra, linda ! “Reencontro”, do Andrézinho Borges Novais, músico exuberante. “De Metal”, de Paulo Edson e Chico Chaves (mais de duzentas letras de músicas . gravadas pelos principais cantores brasileiros).Em 71, foi sensacional;empate de três músicas:”Mensagem”, de Miguel Carlos, “Flores”, de Elias Jabour, de Jardinópolis e “Camila”, interpretada pela Rosana Zaidan( filha do meu saudoso amigo João), de Ribeirão Preto. Até 1993, o Festival do Chapadão monopolizou as atenções do meio artístico interiorano. Infelizmente, por falta de apoio, aconteceu um enorme espaço de sua realização. Apenas mais uma vez, o Festival foi realizado,em 2006. Não mais.
Em anos seguintes, vieram grandes “clássicos”que só não foram tocados pelas rádios brasileiras pela incompetência, ignorância e falta de conhecimento dos discotecários e donos de emissoras… Outra notável composição vencedora: “Pirulito”, do Marival, contando e cantando a vida dos vendedores da guloseima pelas ruas da cidade… Outra, linda ! “Reencontro”, do Andrézinho Borges Novais, músico exuberante. “De Metal”, de Paulo Edson e Chico Chaves (mais de duzentas letras de músicas . gravadas pelos principais cantores brasileiros).Em 71, foi sensacional;empate de três músicas:”Mensagem”, de Miguel Carlos, “Flores”, de Elias Jabour, de Jardinópolis e “Camila”, interpretada pela Rosana Zaidan( filha do meu saudoso amigo João), de Ribeirão Preto. Até 1993, o Festival do Chapadão monopolizou as atenções do meio artístico interiorano. Infelizmente, por falta de apoio, aconteceu um enorme espaço de sua realização. Apenas mais uma vez, o Festival foi realizado,em 2006. Não mais.
O
patrono, cujo nome foi dado ao troféu do vencedor, disse no primeiro ano de sua
realização, ter sido a mais gostosa homenagem que poderia esperar:Joubert de
Carvalho, um dos uberabenses mais ilustres que esta santa terrinha viu nascer !
Hoje,
para tristeza geral, ninguém sabe ou fala o que foi, o que representou para
Uberaba, o “Festival do Chapadão”, o seu idealizador e produtor, recentemente
falecido em Uberlândia, Jorge Henrique Prata Soares, o Pratinha e- pasmem ! –
muito menos Joubert de Carvalho…
Luiz Gonzaga de Oliveira