Desfile
7 de Setembro – Colégio Nossa Senhora das Graças
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Foto:
Autoria desconhecida
O
colégio Nossa Senhora das Graças nasceu sob a égide daquela que lhe empresta o
nome, em decorrência da fé que os proprietários da instituição nela sempre
depositaram e depositam.
Em
7 de Março de 1958, foi criada a Sociedade Ginásio Nossa Senhora das Graças,
entidade mantenedora da escola, estando assim redigido o início do resumo dos
Estatutos, publicado no Minas Gerais:
“Sob
a denominação “Sociedade Ginásio Nossa Senhora das Graças”, fica constituída,
nesta cidade, uma sociedade civil de caráter educacional e cultural,
mantenedora do Ginásio Nossa Senhora das Graças e dirigida por um presidente,
um secretário e um tesoureiro, respectivamente Prof. Murilo Pacheco de Menezes,
Profa. Terezinha Hueb de Menezes, casados, brasileiros, e Salim Hueb, casado,
sírio”.
Iniciada
a tramitação legal, o grupo idealizador do projeto educacional optou por
instalar-se no alto São Benedito, para isso adquirindo área na rua Veríssimo,
103. A construção precisaria ser acelerada, para acolher os alunos ainda no ano
de 1958. Em 3 de Junho. do mesmo ano, iniciaram-se as atividades escolares
propriamente ditas- por isso a data é o Marco na escola, coincidindo com o
aniversário natalício do diretor-presidente: nos primeiros dias de Junho e
Julho aconteceram as matrículas para o Curso de Admissão ao ginásio, com a
construção em andamento. As aulas inicias do referido curso ocorreram em sala
de aula ainda sem telhas, tal a premência do tempo e do espaço. Primeiro aluno.
Marcaram
a fase inaugural do Colégio : a imagem de Nossa Senhora das Graças, recebendo
os que chegam, e o sino de bronze, para os sinais de entrada dos alunos, ambos
comprados em São Paulo por Salim Hueb.
Em
1959, realizados os exames de admissão, funcionaram as quatros séries do curso
primário e a primeira série ginasial, esta em dois turnos.
A
portaria nº 412, de 20 de Abril de 1959, autoriza o funcionamento condicional
da escola durante quatro anos. Foram professores, em 1959: Hilda Barsam, Maria
Aparecida Hueb da Silva, Laci Ferreira Sucupira, José Deusdará, Moab dos Reis
Pereira, Murilo Pacheco de Menezes, Quintiliana Figueira e Shirley Aparecida
Santana.
A
portaria nº 615, de 14 de Novembro de 1962, veio “conceder reconhecimento ao 1º
ciclo do ginásio Nossa Senhora das Graças”.
Em
1963, começou a funcionar a primeira turma do Curso Normal, enriquecendo de
atividades a escola.
A
instituição, a partir de 5 de Junho de 1970, passa a denominar-se Colégio Nossa
Senhora das Graças, com a autorização de funcionamento do segundo ciclo,
ratificando o Ato nº 5, de 15 de Dezembro de 1963.A portaria nº 5, de 30 de
Julho de 1971, veio conceder reconhecimento ao 1ºe 2º ciclos do Colégio, tendo
sido o Pré-escolar registrado através da Portaria nº 39, de 29/06/74.
Adquirida
outra área , construído novo prédio da escola em tempo recorde (seis meses
aproximadamente), através da Portaria nº 4, de 28 de Julho de 1971, a
Inspetoria Seccional do Ensino Secundário de Uberaba autorizou a transferência
da sede do Colégio da Rua Veríssimo, nº103, para a Rua Edmundo Borges de
Araújo, nº 90.
Uma
lembrança interessante: a primeira escola em Uberaba a adotar calças compridas
para as alunas foi o Colégio Nossa Senhora das Graças, no início da década de
70. A ideia era tão arrojada que foi necessário enviar pedido de autorização
aos pais, deixando como opção, o uso de saias.
Desde
a sua fundação, o Colégio Nossa Senhora das Graças teve como símbolo a efigie
de uma águia com o lema: “Ad altiora nati sumus” – “Nascemos para as alturas”
-representando a disposição sempre presente de conduzir os alunos a caminho de
formação integral cada vez mais ascendente, dentro de princípios cristãos.
A
inquietação e dinamismo, que caracterizaram e caracterizam tanto a direção como
o corpo docente, fizeram com que a escola não apenas investisse em suas
promoções internas, mas participasse de eventos em nível comunitário.
Nas
décadas de 60, mesmo um pouco antes, os desfiles de 7 de setembro, e dos jogos
olímpicos, promovidos pela União Estudantil Uberabense, eram enriquecidos com a
participação maciça dos alunos desse educandário: ficaram célebres os carros
alegóricos (o primeiro, em 1959, representando Dom Pedro I e a República),
como, por exemplo, um que trazia uma enorme pira dourada girante, tendo, fixa,
em seu centro, uma estudante vestida de túnica, feita de recortes de metal,
imitando moedas (tingidas de dourado), unidos por argolinhas de arame. Em outro
desfile, foram construídas bigas romanas, puxadas por cavalos, conduzidos por
alunos em vestimentas características. Uma grande honraria para o Colégio: foi
encarregado de ornamentar o carro alegórico que, em 22 de setembro de 1979,
comemorando as Bodas de Ouro de Dom Alexandre Gonçalves Amaral, conduziu,
amparada por Dom Benedito de Ulhôa Vieira, Nossa Senhora da Abadia da Água
Suja.
O
Colégio Nossa Senhora das Graças foi o primeiro em Uberaba a formar uma
fanfarra feminina, além da masculina, já existente. Na época, as duas fanfarras
perfaziam um total de 120 componentes. O uniforme era vistoso: para os meninos,
calça branca e blusão azulão, com faixas vermelhas, chapéu alto, azul, com
penacho branco; para as meninas, saia vermelha, blusão branco, botas e chapéu
brancos, no chapéu, penacho branco. Os penachos eram confeccionados com penas
escolhidas de frangos, cedidas pelo Restaurante Pulenta. Os alunos eram
treinados pelo Sr. Langerton e pelo prof. Ivan Batista de Andrade.
Houve
fatos interessantes, ligados aos desfiles: certa vez, um aluno, João Roberto
Rodrigues, passou a noite dentro de um carro alegórico, todo enfeitado,
deixando apenas um visor para que ele o dirigisse (era um jipe coberto); de
outra feita, estando em moda botas douradas, a equipe do Colégio confeccionou,
para as balizas, botas de cano alto, em papel laminado, cobrindo cartolina,
dando impressão do material sintético, muito caro na época.
Chamava
a atenção, nos desfiles, além dos carros alegóricos, os vários pelotões
especiais, inclusive os de balizas, fazendo evoluções com coreografias
próprias.
Outras
promoções e participações enriqueceram (muitas permanecem até os dias atuais) a
história do Colégio, entre outras:
As
festas Juninas, com quadrilhas, fogueiras e números folclóricos. Durante muitos
anos, o animador das quadrilhas foi o Dr. Edelweis Teixeira, com seu chapéu de
Cel. Jacinto.
As
feiras de trabalhos artísticos, organizados com as alunas do Curso Normal, sob
a orientação da Profa. Mirtes Bruno.
Feiras
de Pesquisas e Criatividade (nas áreas de Comunicação e Expressão, Estudos
Sociais e Ciências – sob a coordenação da Profa. Maria Aparecida Hueb da Silva.
A primeira foi realizada em 1976, sendo inaugurada pelo casal Salim Hueb e
Zulmira Correa Hueb.
Criação
do Centro Cívico Escolar ” Murilo Pacheco de Menezes”, em 1976.
Missas
de formatura, de Primeira Comunhão e em Ação de Graças por ocasião do
aniversário do diretor e do Colégio. Como atividades complementares, têm
ocorrido reuniões festivas, solenidades de entrega de diplomas e até bailes.
Realização
de jogos intercolegiais e intercalasse, havendo grande quantidade de troféus de
premiação em variadas disputas.
Participação
do Colégio nas várias atividades da Paróquia de São Benedito, com as presenças
constantes de Pe. Eddie Bernardes da Silva e Con. Vicente Ambrósio dos Santos.
Participação
dos alunos no Concurso Literário ” Vinícius de Morais”, sob a coordenação da
Profa. Vania Maria Resende, inicialmente nas Faculdades Integradas Santo Tomás
de Aquino, posteriormente nas Faculdades Integradas de Uberaba, com grande
número de premiações.
Os
festivais anuais de Folclore: cada turma possuía um patrono ( da comunidade),
encarregado de preparar número – o concurso premiava os primeiros colocados. Os
números eram artísticos, vistosos e impressionavam pela beleza. A primeira
apresentação folclórica ocorreu em 1977, substituindo a festa junina. O número
vencedor foi ” O Folclore em Quatro Tempos”, do 2º colegial diurno, sob a
coordenação da Profa. Maria Iraides Tosta Madeira.
Lançamento
da Revista Bolando Comunicação (foram, aproximadamente 15 números). Cada uma
delas trazia mensagem inicial do diretor, como apresentação, além de
pensamentos nos rodapés.
Lançamento
dos livros dos alunos, contendo poesias e contos: Vida G (e)ração, Reflexos,
Segmentos abertos, vôo calado, Uberaba – Amor Maior, Geração, As Noites de
Geração e Gravação e Ação. Lançamento são realizados com números artísticos e
com presença dos alunos – autores autografando os livros. O primeiro, Vida G e
ração, foi editado em 1980.
Gincanas
culturais e esportivas, muitas delas com finalidade beneficente.
O
já tradicional Concurso da Garota e do Garoto Gração, em animado baile, com
presença de júri especializado, desfiles e coreografias com os candidatos,
trabalho organizado pela Associação de Pais dos Estudantes.
Confraternização
anuais de ex-alunos, promovidos pela Associação de Ex-alunos.
Nas
décadas de 60, o Grêmio Estudantil desempenhou importantes atividades, tanto
artísticas ou culturais, quanto esportivas e filantrópicas. Mais recentemente,
duas grandes forças de apoio às atividades da escola situam-se na Associação
dos pais e na Associação de Ex-alunos. Primeiros presidentes, respectivamente:
Profa. Sônia Izabel de Souza Calabrez e Dra. Maria Conceição Nunes de Oliveira.
Uma
outra implantação no Colégio Nossa Senhora das Graças, a partir de 1978: a
adoção da disciplina Redação, em todas as séries, com professores
especializados. A escola teve sempre, com preocupação, também, o cultivo da língua
materna.
É
muito numerosa a quantidade de ex-alunos que, tendo cursado os mais diversos
cursos superiores, atuam, hoje, no país e no exterior, levando, com ,brilho, a
marca da escola que frequentaram, muitos do pré-escolar ao 3º colegial,
acompanhados, sempre, pela competência e estimulo da Direção e do corpo
docente.
O
Colégio Nossa Senhora das Graças mantém a proposta inicial de seus
idealizadores, Murilo Pacheco de Menezes, Salim Hueb e Terezinha Hueb de
Menezes: a promoção do aluno como ser humano, sem massificação, mas através de
estímulos que sempre o fizessem crescer, como dizem as palavras de Michel
Quoist: “Se você deixar de amar, deixa de crescer.
Se
você deixa de crescer, deixa também de desabrochar em Deus porque amar é seguir
o caminho de Deus, é encontra-lo”. E, ainda, crescimento em ambiente que
continuasse a família, através de um relacionamento afetivo, mas respeitoso
entre direção professores, pais e alunos.
O
contexto familiar tem perdurado, através de elementos da família que atuam no
Colégio, da quantidade de professores ex-alunos e do grande número de pais
ex-alunos, o que mantém o círculo de proximidade e afeição.
A
imagem de Nossa Senhora das Graças continua e continuará abençoando, de braços
abertos, todos os que militam na escola e a frequentam: diretores, professores,
funcionários, alunos e pais.
Fonte: Colégio Nossa Senhora das Graças