domingo, 2 de julho de 2017

DESFILE 7 DE SETEMBRO – COLÉGIO NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS

Desfile 7 de Setembro – Colégio Nossa Senhora das Graças

Foto: Autoria desconhecida

O colégio Nossa Senhora das Graças nasceu sob a égide daquela que lhe empresta o nome, em decorrência da fé que os proprietários da instituição nela sempre depositaram e depositam.
Em 7 de Março de 1958, foi criada a Sociedade Ginásio Nossa Senhora das Graças, entidade mantenedora da escola, estando assim redigido o início do resumo dos Estatutos, publicado no Minas Gerais:

“Sob a denominação “Sociedade Ginásio Nossa Senhora das Graças”, fica constituída, nesta cidade, uma sociedade civil de caráter educacional e cultural, mantenedora do Ginásio Nossa Senhora das Graças e dirigida por um presidente, um secretário e um tesoureiro, respectivamente Prof. Murilo Pacheco de Menezes, Profa. Terezinha Hueb de Menezes, casados, brasileiros, e Salim Hueb, casado, sírio”.

Iniciada a tramitação legal, o grupo idealizador do projeto educacional optou por instalar-se no alto São Benedito, para isso adquirindo área na rua Veríssimo, 103. A construção precisaria ser acelerada, para acolher os alunos ainda no ano de 1958. Em 3 de Junho. do mesmo ano, iniciaram-se as atividades escolares propriamente ditas- por isso a data é o Marco na escola, coincidindo com o aniversário natalício do diretor-presidente: nos primeiros dias de Junho e Julho aconteceram as matrículas para o Curso de Admissão ao ginásio, com a construção em andamento. As aulas inicias do referido curso ocorreram em sala de aula ainda sem telhas, tal a premência do tempo e do espaço. Primeiro aluno.

Marcaram a fase inaugural do Colégio : a imagem de Nossa Senhora das Graças, recebendo os que chegam, e o sino de bronze, para os sinais de entrada dos alunos, ambos comprados em São Paulo por Salim Hueb.

Em 1959, realizados os exames de admissão, funcionaram as quatros séries do curso primário e a primeira série ginasial, esta em dois turnos.

A portaria nº 412, de 20 de Abril de 1959, autoriza o funcionamento condicional da escola durante quatro anos. Foram professores, em 1959: Hilda Barsam, Maria Aparecida Hueb da Silva, Laci Ferreira Sucupira, José Deusdará, Moab dos Reis Pereira, Murilo Pacheco de Menezes, Quintiliana Figueira e Shirley Aparecida Santana.

A portaria nº 615, de 14 de Novembro de 1962, veio “conceder reconhecimento ao 1º ciclo do ginásio Nossa Senhora das Graças”.

Em 1963, começou a funcionar a primeira turma do Curso Normal, enriquecendo de atividades a escola.

A instituição, a partir de 5 de Junho de 1970, passa a denominar-se Colégio Nossa Senhora das Graças, com a autorização de funcionamento do segundo ciclo, ratificando o Ato nº 5, de 15 de Dezembro de 1963.A portaria nº 5, de 30 de Julho de 1971, veio conceder reconhecimento ao 1ºe 2º ciclos do Colégio, tendo sido o Pré-escolar registrado através da Portaria nº 39, de 29/06/74.

Adquirida outra área , construído novo prédio da escola em tempo recorde (seis meses aproximadamente), através da Portaria nº 4, de 28 de Julho de 1971, a Inspetoria Seccional do Ensino Secundário de Uberaba autorizou a transferência da sede do Colégio da Rua Veríssimo, nº103, para a Rua Edmundo Borges de Araújo, nº 90.
Uma lembrança interessante: a primeira escola em Uberaba a adotar calças compridas para as alunas foi o Colégio Nossa Senhora das Graças, no início da década de 70. A ideia era tão arrojada que foi necessário enviar pedido de autorização aos pais, deixando como opção, o uso de saias.

Desde a sua fundação, o Colégio Nossa Senhora das Graças teve como símbolo a efigie de uma águia com o lema: “Ad altiora nati sumus” – “Nascemos para as alturas” -representando a disposição sempre presente de conduzir os alunos a caminho de formação integral cada vez mais ascendente, dentro de princípios cristãos.

A inquietação e dinamismo, que caracterizaram e caracterizam tanto a direção como o corpo docente, fizeram com que a escola não apenas investisse em suas promoções internas, mas participasse de eventos em nível comunitário.

Nas décadas de 60, mesmo um pouco antes, os desfiles de 7 de setembro, e dos jogos olímpicos, promovidos pela União Estudantil Uberabense, eram enriquecidos com a participação maciça dos alunos desse educandário: ficaram célebres os carros alegóricos (o primeiro, em 1959, representando Dom Pedro I e a República), como, por exemplo, um que trazia uma enorme pira dourada girante, tendo, fixa, em seu centro, uma estudante vestida de túnica, feita de recortes de metal, imitando moedas (tingidas de dourado), unidos por argolinhas de arame. Em outro desfile, foram construídas bigas romanas, puxadas por cavalos, conduzidos por alunos em vestimentas características. Uma grande honraria para o Colégio: foi encarregado de ornamentar o carro alegórico que, em 22 de setembro de 1979, comemorando as Bodas de Ouro de Dom Alexandre Gonçalves Amaral, conduziu, amparada por Dom Benedito de Ulhôa Vieira, Nossa Senhora da Abadia da Água Suja.

O Colégio Nossa Senhora das Graças foi o primeiro em Uberaba a formar uma fanfarra feminina, além da masculina, já existente. Na época, as duas fanfarras perfaziam um total de 120 componentes. O uniforme era vistoso: para os meninos, calça branca e blusão azulão, com faixas vermelhas, chapéu alto, azul, com penacho branco; para as meninas, saia vermelha, blusão branco, botas e chapéu brancos, no chapéu, penacho branco. Os penachos eram confeccionados com penas escolhidas de frangos, cedidas pelo Restaurante Pulenta. Os alunos eram treinados pelo Sr. Langerton e pelo prof. Ivan Batista de Andrade.

Houve fatos interessantes, ligados aos desfiles: certa vez, um aluno, João Roberto Rodrigues, passou a noite dentro de um carro alegórico, todo enfeitado, deixando apenas um visor para que ele o dirigisse (era um jipe coberto); de outra feita, estando em moda botas douradas, a equipe do Colégio confeccionou, para as balizas, botas de cano alto, em papel laminado, cobrindo cartolina, dando impressão do material sintético, muito caro na época.

Chamava a atenção, nos desfiles, além dos carros alegóricos, os vários pelotões especiais, inclusive os de balizas, fazendo evoluções com coreografias próprias.
Outras promoções e participações enriqueceram (muitas permanecem até os dias atuais) a história do Colégio, entre outras:

As festas Juninas, com quadrilhas, fogueiras e números folclóricos. Durante muitos anos, o animador das quadrilhas foi o Dr. Edelweis Teixeira, com seu chapéu de Cel. Jacinto.
As feiras de trabalhos artísticos, organizados com as alunas do Curso Normal, sob a orientação da Profa. Mirtes Bruno.

Feiras de Pesquisas e Criatividade (nas áreas de Comunicação e Expressão, Estudos Sociais e Ciências – sob a coordenação da Profa. Maria Aparecida Hueb da Silva. A primeira foi realizada em 1976, sendo inaugurada pelo casal Salim Hueb e Zulmira Correa Hueb.
Criação do Centro Cívico Escolar ” Murilo Pacheco de Menezes”, em 1976.
Missas de formatura, de Primeira Comunhão e em Ação de Graças por ocasião do aniversário do diretor e do Colégio. Como atividades complementares, têm ocorrido reuniões festivas, solenidades de entrega de diplomas e até bailes.

Realização de jogos intercolegiais e intercalasse, havendo grande quantidade de troféus de premiação em variadas disputas.

Participação do Colégio nas várias atividades da Paróquia de São Benedito, com as presenças constantes de Pe. Eddie Bernardes da Silva e Con. Vicente Ambrósio dos Santos.

Participação dos alunos no Concurso Literário ” Vinícius de Morais”, sob a coordenação da Profa. Vania Maria Resende, inicialmente nas Faculdades Integradas Santo Tomás de Aquino, posteriormente nas Faculdades Integradas de Uberaba, com grande número de premiações.

Os festivais anuais de Folclore: cada turma possuía um patrono ( da comunidade), encarregado de preparar número – o concurso premiava os primeiros colocados. Os números eram artísticos, vistosos e impressionavam pela beleza. A primeira apresentação folclórica ocorreu em 1977, substituindo a festa junina. O número vencedor foi ” O Folclore em Quatro Tempos”, do 2º colegial diurno, sob a coordenação da Profa. Maria Iraides Tosta Madeira.

Lançamento da Revista Bolando Comunicação (foram, aproximadamente 15 números). Cada uma delas trazia mensagem inicial do diretor, como apresentação, além de pensamentos nos rodapés.

Lançamento dos livros dos alunos, contendo poesias e contos: Vida G (e)ração, Reflexos, Segmentos abertos, vôo calado, Uberaba – Amor Maior, Geração, As Noites de Geração e Gravação e Ação. Lançamento são realizados com números artísticos e com presença dos alunos – autores autografando os livros. O primeiro, Vida G e ração, foi editado em 1980.

Gincanas culturais e esportivas, muitas delas com finalidade beneficente.

O já tradicional Concurso da Garota e do Garoto Gração, em animado baile, com presença de júri especializado, desfiles e coreografias com os candidatos, trabalho organizado pela Associação de Pais dos Estudantes.

Confraternização anuais de ex-alunos, promovidos pela Associação de Ex-alunos.
Nas décadas de 60, o Grêmio Estudantil desempenhou importantes atividades, tanto artísticas ou culturais, quanto esportivas e filantrópicas. Mais recentemente, duas grandes forças de apoio às atividades da escola situam-se na Associação dos pais e na Associação de Ex-alunos. Primeiros presidentes, respectivamente: Profa. Sônia Izabel de Souza Calabrez e Dra. Maria Conceição Nunes de Oliveira.

Uma outra implantação no Colégio Nossa Senhora das Graças, a partir de 1978: a adoção da disciplina Redação, em todas as séries, com professores especializados. A escola teve sempre, com preocupação, também, o cultivo da língua materna.
É muito numerosa a quantidade de ex-alunos que, tendo cursado os mais diversos cursos superiores, atuam, hoje, no país e no exterior, levando, com ,brilho, a marca da escola que frequentaram, muitos do pré-escolar ao 3º colegial, acompanhados, sempre, pela competência e estimulo da Direção e do corpo docente.

O Colégio Nossa Senhora das Graças mantém a proposta inicial de seus idealizadores, Murilo Pacheco de Menezes, Salim Hueb e Terezinha Hueb de Menezes: a promoção do aluno como ser humano, sem massificação, mas através de estímulos que sempre o fizessem crescer, como dizem as palavras de Michel Quoist: “Se você deixar de amar, deixa de crescer.

Se você deixa de crescer, deixa também de desabrochar em Deus porque amar é seguir o caminho de Deus, é encontra-lo”. E, ainda, crescimento em ambiente que continuasse a família, através de um relacionamento afetivo, mas respeitoso entre direção professores, pais e alunos.

O contexto familiar tem perdurado, através de elementos da família que atuam no Colégio, da quantidade de professores ex-alunos e do grande número de pais ex-alunos, o que mantém o círculo de proximidade e afeição.

A imagem de Nossa Senhora das Graças continua e continuará abençoando, de braços abertos, todos os que militam na escola e a frequentam: diretores, professores, funcionários, alunos e pais.


Fonte: Colégio Nossa Senhora das Graças