segunda-feira, 10 de julho de 2017

“CHOFERES DE PRAÇA ”

Praça Rui Barbosa

Hoje, eles tem uma alcunha pomposa: taxistas ou motoristas condutores de táxis… Na minha juventude, eram conhecidos como “choferes de praça”. Tinham pontos fixos; estacionavam nas principais praças e avenidas da cidade. Tinham “ponto” na Leopoldino, na Presidente Vargas, Rodoviária “velha”, praça do Grupo “Brasil” e Rui Barbosa. Excelentes e exemplares chefes de família, homens sérios e compenetrados de suas funções, gozavam de inteira confiança da sociedade uberabense. Nos anos 50, não tínhamos a profusão de carros que temos hoje.Na pressa ou “corrida” mais longe… vai de táxi. Córrego das Lajes à descoberto, pista em direção ao mercado e a outra vinda de lá, em demanda à rua senador Pena. Do lado direito, para a praça dos Correios, em frente a Farmácia do “Nico” e à banca de jornais do “seo”Ferraz, praticamente, dia e noite, estavam o Michel, seu irmão Alfredo, Ernesto Vilela, Euclides, Sebastião Lucas, os irmãos Onésio, Farnezi e Saul, Benedito, Filhinho, Sebastião Fonseca, Lamounier, Benedito Ferreira, Arnaldo, Benicio, Orlando e Agnelo. Muitos estão no plano superior, outros vivos e sãos, desfrutando os bons momentos de uma merecida aposentadoria.Do outro lado da avenida, outro “ponto” que deixou saudade: ficava ao lado da banca de jornais do “seo” Wilmondes Bastos, na esquina do “enjeitei” e avô dos nossos queridos Tharsis e Thales (Talinho) Bastos, o primeiro jornalista e empresário de sucesso em BH e o irmão, professor, compositor e músico consagrado. “Milionário”, Pedro Staciarini , José de Castro, João Borges e o filho Leopoldino, “Fazendeiro”, Joaquim Borges e “Barba Azul. Não existia taxímetro e a “corrida” combinada na hora, dependendo da cara do freguês…

Outros “pontos”, repito, tinham enorme tradição. Da praça Modelo (av.Presidente Vargas), era liderado pelo Benedito, da praça do “Grupo Brasil”, o “chefão” era o “Bené”(?). Na praça Jorge Frange (rodoviária antiga), os mais conhecidos e antigos, o Jesus Prata e Luiz Batistuta.
Os motoristas da praça Rui Barbosa tem história independente dos demais “pontos” da cidade.Ali, na fundação da cidade, os carros de bois foram os primeiros meios de transporte que Uberaba conheceu. Depois, a carroça, a charrete (coberta e descobertas), até a chegada dos primeiros “fordecos” que serviam de condução para mercadorias e/ou pessoas. Os quadros à óleo, inicialmente e, mais tarde, os primeiros retratos, mostram o cenário de comercialização dos primórdios da nossa civilização. Como não lembrar das figuras simpáticas e prestativas dos choferes da praça Rui Barbosa? Os irmãos Roil e Jorge Cussi, Zezeca e o filho Jaime Matheus, “Zé Gasolina”, “Bahia”, “Rola”, Olimpio Fonseca, Loreto Palioti, Hugo Trida, Ninío, Wilson Nomelini, “Pachola”, os Olimpio Fonseca, Loreto Palioti, Hugo Trida, Ninío, Wilson Nomelini, e Massa e outros de saudosos e áureos tempos…

Era uma Uberaba com pouco mais de 60 mil habitantes, pacata, onde todos conheciam quase todos, os bairros eram bem próximos do centro da cidade, sem a correria e atropelos dos dias atuais, córregos à céu aberto, onde as pessoas se cumprimentavam, a amizade era sincera, os prefeitos eram nascidos na santa terrinha e Uberaba tinha muito amor prá dar…


Luiz Gonzaga de Oliveira