Thomaz de Aquino Prata |
Thomaz
de Aquino Prata, o padre Prata, será homenageado pela Revista Memória Viva, do
Arquivo Público de Uberaba, que voltará a circular. A homenagem é um
reconhecimento ao padre, que tem uma história de vida marcada por amor ao
próximo, dedicação à igreja e às lutas sociais. O lançamento está previsto para
2015.
“Achei
importante reativar este projeto e a primeira pessoa que pensei foi o padre
Prata, que tem uma história linda de vida. Ele lutou muito contra a Ditadura
Militar. Vamos lançar a revista no primeiro semestre do ano que vem e também
pretendemos lançar o projeto com as pessoas que já se foram, pois é importante
fazer este registro”, comentou Marta Zednik, superintendente do Arquivo
Público.
O
jornalista Walter Farnezi é o responsável por escrever a história de um dos
padres mais conhecidos de Uberaba. Segundo ele, 70% da obra já está pronta. “O
que era uma revista, acabou se tornando um livro. É uma narrativa, onde vou
inserindo os originais dos escritos dele”, explicou.
O
jornalista também adiantou um dos pontos da biografia do padre que desperta
admiração. “Ele convivia com o lado conservador da sociedade e, ao mesmo tempo,
ele tinha dedicação exclusiva de vanguarda e avanço para a sociedade moderna,
além de um senso muito forte pela solidariedade humana”, revelou Farnezi.
Padre
Prata contou como reagiu ao receber a notícia de que vai estar na próxima
revista. “Fiquei surpreso, pois jamais esperava receber uma homenagem assim. Os
que foram homenageados até hoje mereciam”, disse.
O
padre e professor também é escritor e já publicou 10 livros. Ele também se
destacou pelo engajamento nas questões políticas e sociais. A partir da década
de 50, a participação em grupos da Juventude Católica e o posicionamento nas
missas levaram o padre a ser perseguido e vigiado durante a Ditadura Militar.
“Eles gravaram 12 pregações minhas e até hoje não sei como. Fui julgado,
detido, me levaram para o quartel e respondi 10h de inquérito sentado em um
tamborete. Foi a primeira vez que experimentei a tortura psicológica”,
desabafou.
Prestes
a completar 92 anos, padre Prata conta que é feliz. O caminho para chegar a
essa idade é se alimentar bem, fazer atividade física, ocupar bem o tempo e se
divertir. No caso dele, a paixão é a pescaria. Padre Prata também revela que o
exemplo de amor ao próximo veio antes da vida sacerdotal, que aprendeu em casa,
com a mãe. “Hoje tenho muitos amigos, tenho consciência de não trair minha
vocação, não manchei o nome da igreja”, finalizou.
Fonte – G1 Triângulo Mineiro