quarta-feira, 28 de junho de 2017

NATAL SEM LUZES



Chegou dezembro.Último mês do calendário gregoriano. Estou frustrado. Acabrunhado e integralmente triste. São tantos os percalços, tantas as decepções que, hoje em dia, nem músicas natalinas se ouvem mais. A chegada do nascimento de Jesus, Salvador da Humanidade, o Cristo de todos nós, a alegria da passagem do velho para o Ano Novo, o primeiro de Janeiro , “Dia Universal da Confraternização dos Povos”, a longa e sempre aguardada espera para a noite de Natal, a troca de presentes, já não são mais as mesmas. Tristemente, banalizou-se. Há uma nuvem escura nos céus, pairando sobre nossas cabeças, prenunciando uma possível ( tomara que não aconteça!) tremenda tempestade !

Nos meus anos e anos de vida nessa Uberaba que tanto amo e que é de todos nós, não receberá- mais uma vez nos últimos anos- , a feérica iluminação das ruas, praças e avenidas de outros carnavais... Foi-se o tempo das pompas, galas e guirlandas recebidas, tão tradicionais em épocas de ouro da santa terrinha. Aquele colar colorido , verdadeiro arco-iris, que embelezava a praça Rui Barbosa, ruas Tristão de Castro, São Benedito, Olegário Maciel, Vigário Silva e Manoel Borges e a principal delas, a”rainha-mãe”, Artur Machado, são cinzas do passado! O “pisca-pisca” das lojas comerciais dessas ruas , praças e avenidas, estão sepultadas.A alegre e festiva Uberaba de outros tempos, hoje, é uma cidade pálida, cinzenta, feia, triste ! Recolho-me a minha insignificância de cidadão, quase chego às lágrimas de ver um povo que trabalha, luta, persistente no seu otimismo, sem um mínimo poder de reação.

Ruas, praças e avenidas mal cuidadas, maltrapilhas, escuras, sem segurança, esburacadas. E nelas,o uberabense sem apetite de ir às compras... Ressalte-se o abnegado esforço dos comerciantes da rua Prudente de Moraes, no “Abadião”e os iluminados e ricos “shoppings-centers”. O resto... bem, o resto...

O interesse dos poderes públicos (Executivo e Legislativo), é quase nulo. Falta dinheiro, alegam. Além da crise por que passa o país, entidades classistas ligadas ao setor, estão impotentes! Falta apoio em promover um Natal e Ano Novo, com a dignidade que as datas merecem. A apatia tomou conta do uberabense. É de pasmar !”Tanto faz, como tanto fez”, virou a tônica dos comerciantes. Tudo está bom. Principalmente para a nossa imprensa que não move uma palhinha sequer para incentivar nada !...Setores da cidade entraram na fase do “não me comprometa”. Se der certo, muito bem. Se não der, lamento.” É triste. Doloroso até, sentir uma cidade do porte de Uberaba, com a estima tão baixa, vendo a “banda passar”, sem um mínimo de vontade à reverter tão incômoda situação. Rezo, com fervor, para que um dia, as “coisas” possam melhorar. Até lá...

Façamos a nossa parte. Amanhã, estarei de volta.

Luiz Gonzaga de Oliveira