sexta-feira, 14 de abril de 2017

RIO GRANDE – NOSSO POLÍTICO-MOR

Ergamos nossas preces ao Criador e ao descuido do major Eustáquio de Oliveira, por estarmos ligados a poucos kilômetros do Rio Grande e dividir-nos com o progressista estado de S.Paulo.Se não tivéssemos essa divina sorte, se o rio caudaloso e piscoso, “pai” de tantas hidrelétricas , benéfico e político, seu curso fosse a mais ou menos 100 kilômetros daqui, “adiós mariquita linda”,como dizia o meu inesquecível amigo, jornalista Ramon F.Rodrigues.

Pela graça eterna, conseguimos manter o Distrito Industrial-III-,sob nossos domínios e foro uberabense.O então povoado de Delta,a vida inteira dependente de Uberaba, limítrofe da Vale,”virou” cidade ,por puro capricho eleitoreiro e político de um deles, “ aquartelado” na terrinha. Senão....

Por causa da ex-Fosfértil,hoje,Vale, as indústrias misturadoras foram chegando.Enquanto a margem mineira ao lado da indústria ia crescendo, começaram a desaparecer as grandes empresas de Uberaba.Textil (500 empregados)faliu.Curtumes Dorneld e Budeus( 400 funcionários),fecharam.Cimento “Ponte Alta”( 1500 empregados),desativou.Produtos Céres,única indústria de esmagamento de óleos de soja,algodão e amendoim (600 funcionários),foi às “calendas”. Indústria de Papel “São Geraldo”,única na região, (400 empregados), foi para o “caixa prego”...Botinas “Zebu”,nome internacional,orgulho da cidade,(500 colaboradores), é só saudade...Tem mais”baixas”, muitas! Deixo de lado....

Fico a rever com meus “botões”,qual foi a ação prática, efetiva, que os “mandões” da terrinha tomaram para tentar reverter essas perdas irreparáveis? Confirmo,citei algumas .Elas são dezenas em outras atividades comerciais , industriais e prestadoras de serviço...se são!...

Além dos nossos políticos “meia-tijela”, onde estavam os nossos empresários? As entidades de classe,criadas para defender e apoiar o crescimento da amada terrinha ? Tenho comigo que, nem na “missa de 7º dia” do “falecimento” dessas grandes empresas, propulsoras do nosso progresso, eles não compareceram à dar os pêsames aos “empresários falecidos”...Fica a minha dúvida. Arrepia-me todos os pêlos do corpo,ao lembrar o desinteresse , o alheiamento das lideranças uberabenses , incluindo,sem medo de cometer injustiça, a nossa imprensa. Ela,tão pródiga em noticiar mortes,arrombamentos,roubos, fotos de festas dos “colunáveis” que viajam ,semanalmente,para o exterior, sem falar das “prometidas conquistas do poder público para a cidade” e que nunca saem do papel...

Ver uma Câmara de Vereadores ,insípida, insossa,inodora e incolor,num eterno e humilhante “beija-mão”ao Executivo.Não sentir um trabalho de fôlego que justificasse o salário mensal que embolsam,polpudo,diga-se. Nossas entidade classistas, assistirem,passivamente, deteriorar-se o centro comercial da cidade, rua Artur Machado e adjacências..Tristeza? Muita !

Mágoa é o que sinto.Magoado pela inércia de quem deveria trabalhar pela cidade,administrar de fato a nossa amada terrinha.Mágoa,eu sei,é um sentimento que o cristão não deve cultivar.É o mal em essência em pequeno espaço.Rogo a Deus, não quero guardá-la.

Uberabenses, conterrâneos meus, vamos dar um brado de alerta e que o uberabense nato e acendrado amor à terrinha, nas próximas eleições, saiba com lealdade e cidadania, escolher um representante à altura da nossa cidade. Basta de forasteiros !


Luiz Gonzaga de Oliveira