quinta-feira, 2 de março de 2017

Homem é o Ruy


Num programa da Rádio Nacional, nos áureos tempos do rádio, um humorista elogiava algum político. E o interlocutor retrucava: “Homem é o Ruy!”, referindo-se ao escritor baiano Ruy Barbosa de Oliveira (1849-1923).


Filho de João José Barbosa de Oliveira e Maria Adélia Barbosa de Oliveira, esse político, diplomata, advogado, orador, jurista, jornalista e poliglota foi cognominado “O Águia de Haia” por sua atuação na II Conferência da Paz, em Haia, em que permitiu à plateia optar pela língua em que ele discursaria.

Foi, por diversos mandatos, deputado pela Bahia e também senador. Combativo na causa abolicionista, preferiu o caminho da honestidade, ao enfrentar os senhores de escravos.

Fundou a Academia Brasileira de Letras, que possui quarenta membros, seguindo modelo da Academia Francesa de Letras. (Tendo ambas como modelo, Edson Prata, José Mendonça e monsenhor Juvenal Arduini fundaram nossa Academia de Letras do Triângulo Mineiro.)

Um parágrafo de um dos discursos de Ruy Barbosa é um convite à reflexão: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”

Homem foi o Ruy. Seu texto continua atual: parece tê-lo escrito como um cidadão que observa, hoje, o comportamento de alguns dos homens públicos brasileiros. Urge que a Justiça brasileira atue, de forma exemplar, para transformar definitivamente esse quadro.

17 de novembro de 2015

Homem é o Ruy
Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro