terça-feira, 3 de janeiro de 2017

OS CARNAVAIS NOS CLUBES SOCIAIS DE UBERABA

Relembro, sem medo de errar, dos velhos carnavais nos clubes sociais de Uberaba. Era uma autêntica festa carnavalesca. Com uma antecedência de meses, as famílias da terrinha, jovens da sociedade, se preparavam para o grande evento. Às festas do carnaval só eram comparadas com os grandes bailes ( do Presidente e do Governador) em maio, quando da Exposição de Zebu. Pena ! Tudo acabou ! Os grandes bailes carnavalescos não acontecem mais. O “glamour” das noitadas de alegria, adormecem nos escombros das calendas gregas… “Agora é cinza”, nome de um velho samba carnavalesco. É o retrato fiel e melancólico do nosso carnaval. Bailes tradicionais no Jockey Club ( o verdadeiro da praça Rui Barbosa), Uberaba Tênis, Sírio Libanês, Associação Esportiva e Cultural e Elite Clube, ficaram apenas nas nossa doces recordações. A “chiqueza” do carnaval jockeano, as sempre lembradas “Jockeanas do Barulho”, as fantasias ricas que rivalizavam m com as apresentadas no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro , os blocos animados e famosos das moças do UTC, tornaram-se pó…E as espetaculares odaliscas que coroavam as “turquinhas” do Sírio Libanês. As comerciárias, bancárias , estudantes dos cursos noturnos da cidade, enfeitavam os alegres blocos da Associação, foram como penas jogadas para o alto, não voltaram mais… fantasias de fino bom gosto, o tempo levou…As afro descendentes que brincavam no Elite Clube, eram as mulatas mais bonitas da cidade e faziam inveja às mulatas do Sargentelli ! E as orquestras? Cada uma melhor que a outra. Os músicos da banda do Batalhão, eram os mais requisitados, pelo talento, profissionalismo e disciplina que ostentavam. Fora os profissionais que eram contratados na região…Docinho, no UTC, Rossetti, no Jockey, os irmãos Leopoldo, Lumumba e Leondenis, no Sirio, Geraldo “Glostora”, na Associação e Toinho, no Elite, davam a alegria momesca aos foliões. E o que lembrar dos grandes diretores dos clubes? Fúlvio e Marco Túlio Fontoura, Netinho, Zito Sabino, Laerte Borges, no Jockey, Artur e Aloisio Teixeira, Valdir Vilela, Reynildo Chaves Mendes, no UTC, Salim, Michel e Maurinho Abud, Jayme Moisés e Abrãozinho Árabe, no Sirio, Roberval Ferreira, Iago Reis Leite, Edmundo, Pedro Curi e Romeu Meneghello, na Associação e os incansáveis Elpenor Marquez(Lico), Abadio de Moraes e Oliveiro Neri, no Elite, baluartes inesquecíveis na direção dos seu clubes. As noites do carnaval em Uberaba, continuam escuras, sem luar, sem alegria. Nem chega a morrer na quarta feira de cinzas…
Amanhã, encerro essa série. Vou lembrar-lhes o “dia que Chico Xavier, Peirópolis e Zebu, quase viraram tema de escola de samba. No Rio de Janeiro.


Luiz Gonzaga de Oliveira