quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

HOMENAGEM À DJALMA SANTOS

FILHO ILUSTRE 


Hoje falo do filho ilustre que adotou Uberaba como sua segunda terra e, devido ao seu amor a ela dedicado, não tenho dúvidas em dizer: muitos de nós uberabenses temos a aprender com ele. De cada três frases sobre Uberaba, uma reflete sempre a sua forte vinculação conosco. Esse é Djalma Santos, o lateral direito da nossa Seleção Brasileira de 1958/1962, o maior do mundo.

Dedicando-me fineza de gentleman ouvi a história gloriosa de Djalma. Contou-me sorrindo que na infância sua mãe lhe deu carne de gato para vê-lo curado de uma bronquite. Depois de tantas idas e vindas pelo mundo, a tal bronquite quer voltar. O sonho de pertencer à Força Aérea Brasileira lhe foi frustrado por um acidente na mão direita. Daí surgiu a obstinação por ser o craque imbatível que nunca foi expulso de campo!

Perguntei ao Djalma: Qual foi o seu melhor momento na Seleção Brasileira? “Foi o dia em que Vicente Feola me disse que o titular De Sordi não jogaria. A oportunidade ímpar para substituir aquele astro me consagrou para sempre”. Qual foi o seu maior prazer em Uberaba? “Sem dúvida, a opção de vir aqui morar há 28 anos foi, e é, o meu maior prazer”. E os seus projetos? “A Academia de Futebol Djalma Santos, menina dos meus olhos com 190 adolescentes no esporte, teve suas atividades suspensas. O risco de acidentes com os garotos na BR- 050 para chegarem à sede da AABB me tirava o sono. Preferi sacrificá-la tristemente. O jovem Lucas Maradona, 14, no Goiás Esporte Clube será a nossa revelação, porém vários outros poderiam também ser revelados”. Djalma, politicamente de que lado você está? “Estou do lado de todos, embora muitos pensem ao contrário. Eu amo Uberaba!”

O(a) leitor(a) sabe; este texto é a amostra do diálogo agradabilíssimo que mantive com Djalma Santos por duas horas em sua acolhedora residência. Sobre a mesa, cartões com fotos suas vindas de várias partes do mundo solicitando apenas o autógrafo do gigante palmeirense. Na parede coberta por troféus, uma foto curiosa: Djalma em data única, e por empréstimo, jogando no São Paulo Futebol Clube. Era o dia 09/10/1960 quando o Estádio Morumbi foi inaugurado. Presenteei-lhe com o livro “As melhores seleções brasileiras de todos os tempos”. Haja humildade em Djalma Santos quando viu, naquelas páginas, fotos suas nas seleções de 1958 e 1962!

Conselho de Djalma aos jovens: “Disciplina e disciplina”. Desejo do nosso filho ilustre: “Quero dormir meu sono eterno em Uberaba”. Ao sair eu disse a Djalma Santos que ali vivi um dos melhores momentos de minha vida e recebi dele um longo e silencioso abraço…


(João Eurípedes Sabino)