domingo, 1 de janeiro de 2017

ESPECIAL À VALÉRIA LOPES E À FANÁTICA TORCIDA DO UBERABA

No campeonato mineiro, divisão especial, na década de 60, presidência do saudoso Laurinho Fontoura, o “colorado” (ano 62) ficou à frente dos grandes Atlético e América, só perdendo posições para o Siderúrgica, de Sabará, campeão estadual pelas mãos de Yustrich e o Cruzeiro.
Segundo alguns dos próprios jogadores da época, o time alvirrubro só “tinha bandidos”. Bandidos que, aliás, na gíria futebolística quer dizer “cobra criada”, “boleiro malandro”, “esticador”, “come e dorme”, “chinelinho” e outros adjetivos mais que definem na linguagem esportiva, toda a sorte de malandragem dos jogadores.
Nas viagens então é que se percebia a notória e clara diferença de comportamento entre os profissionais da bola. Os que procuram lugares à frente do ônibus, são os “quietinhos”, aqueles que querem chegar, jogar , descansar e voltar prá casa. Os do “meio do ônibus” são os que gostam do baralho. Improvisam uma tábua preparada, ligam-na de um lado ao outros dos bancos, interrompem o corredor e partem para um inocente carteado, “vendo tempo passar”.
Bem, os que vão para o “fundão”, são os “mineirinhos come quieto”, no dizer do Ziraldo. Geralmente, combinam antes quem vai levar a”birita”. Cachaça, vinho, vodca, conhaque ou a inocente cervejinha. difícil é o chefe da delegação flagrar alguém com a “boca na garrafa”…
Contou-me o presidente Laurinho Fontoura, que,”de olho”nos jogadores do “fundão”, surpreendeu o zagueiro Wilton Dedão, de saudosa memória, com a garrafinha de cachaça na mão e, de sopetão, sério e carrancudo, perguntou-lhe em tom inquisitório:
-“Quem mais bebe com você, Dedão?” Assustado com o flagrante , Dedão não teve outra saída a não ser “abrir o bico”.
-“Presidente, no nosso time quem não bebe é só Tati, o Quincas e bola!”.
Obs. Tati e Quincas, estão”vivinhos da silva” pra confirmar o fato…


Luiz Gonzaga de Oliveira