domingo, 1 de janeiro de 2017

CUIDADO ! NEM TUDO QUE RELUZ É OURO…

Uberaba sempre foi famosa pela sua intensa vida noturna. Não é de agora, com o advento dos barzinhos da moda, do churrasquinho da esquina, do cachorro-quente das praças, muito antes, a cidade sempre viveu um clima de euforia noturna. Não só pela sua boemia famosa , mas, principalmente , pelas boates que existiam na santa terrinha… 
Puxando pela memória , lembro-me quando nos áureos tempos da rua Artur Machado, trecho da praça Rui Barbosa ao Hotel Modelo, se concentrava o grosso do comércio local. No período entre os anos 50 e 60, o então jovem Fausto Salomão, filho do casal Abadia-Pedro Salomão, aventurou-se em instalar o primeiro “café de máquina” na cidade. Local? Onde é, hoje, a Drogasil. Até então se bebia café de coador, gostosíssimo, por sinal, nos bares “papas” da cidade, Mosquito, Indubrasil, Uberaba, Eldorado e um pouco mais à frente, na Artur Machado, o lendário “café Caipira”. Fausto Salomão, inovou. Café cremoso era no “Hawaí Café”. Na parte superior, instalou a primeira pista de dança para a moçadinha que vinha chegando. Sucesso total. A boate do “Hawaí” era o ponto de encontro da “paquera”. A fase durou alguns anos. Até que o espírito empreendedor de José Ernesto, filho do “seo” Lulú e dona Olga de Oliveira, com os irmãos Mauricio e Luiz Alberto, dotaram Uberaba com uma das mais sofisticadas boates do interior, ali na avenida Fidélis Reis, esquina da Quintiliano Jardim, a “Yucatan”. Ary Barroso, Elizete Cardoso, Ângela Maria, Dalva de Oliveira, Bienvenido Granda, deram “show” naquela casa espetacular. Não muito tempo depois, Ronaldo Pinto Cruz, inaugurou a “Tan-Tan”, que fez enorme sucesso na juventude. Ao lado dela, na Quintiliano Jardim, um bequinho apertadinho, frequentadíssimo, o “Kanequinho”, do Valdemar de Paiva. Aquele trecho, pedaço de rua, era o nosso “calçadinho”…Na Artur Machado, outro ponto de sucesso: a boate “Barrica Vermelha”, do Dorival, mais tarde, prefeito de Mauá (SP), onde foi assassinado. Ainda naquele quadrilátero boêmio, outra boate fez sucesso, a “Barroco”, do Ovidio Fernandes, famosa pela decoração, quadros, fotos e esculturas de autoria do dono da boate. Anos depois, no final da Artur Machado, onde funcionou a boate “Luna”, ante-familiar, famoso por muitos anos e freqüentando pela moçada “vip” da cidade, deu as cartas, o famoso “Trop-Drinks”, de saudosa memória. Daquele tempo aos dias de hoje, tudo mudou. Menos o gosto pela vida noturna…
Quem discordar, atire a primeira pedra que acerte na minha cabeça…