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| Orlando Vilas Boas |
Ícone da história contemporânea do Brasil, o sertanista Orlando Vilas Boas, figura das mais acreditadas desse país sertanejo, enquanto viveu, sempre teve especial carinho pela nossa santa terrinha. Louvado em todos os quadrantes da terra, reverenciado como um dos maiores sertanistas do mundo, só não recebeu o Nobel da Paz pela reles política que (suja?…talvez )escolhe os agraciados com a honrosa comenda. Orlando Vilas Boas, nutria inestimável amizade por Uberaba e uberabenses, a começar por José Pedro de Freitas, conterrâneo que venceu na televisão comercial de S.Paulo e alhures, até chegar ao Jaime Scussel, de saudosa memória, a quem Orlando chamava de “irmão de leite”. “Virava e mexia” e Orlando estava em Uberaba. Ele e Jaime Scussel realizaram viagem pelo Oriente Médio, China, Japão, sem contar as longas jornadas pelas ocas indígenas da selva brasileira. Orlando se refugiava em Uberaba à procura de um bom papo. As piadas do Jaime, as histórias de pescarias do Adib Sarkis, a sempre agradável companhia de Saulo Gomes (de quem falarei nos próximos dias ), as risadas do Luizinho Fernandes e o charmoso perfume de Raul Jardim. Tive a honra e o prazer de pertencer ao círculo uberabense dos amigos de Orlando Vilas Boas.
Sempre que visitava Uberaba curtia um dos seus grandes desejos e uma “intimação” infalível, o frango com polenta, no restaurante de Orlando Beninato (rua João Pinheiro com Padre Zeferino), que, em função do prato feito pela dona Yolanda, esposa de Orlando, ficou para sempre o apelido “Polenta” e o filho, morto precocemente, Orlandinho, só atendia quando lhe chamavam de “Polentinha”…
Dono de invulgar prestigio mundial, Orlando Vilas Boas sempre se colocava ao dispor das autoridades uberabenses nos pleitos que a cidade reclamava. Fui portador de vários oferecimentos dele junto ao governo federal para reivindicações locais. Pasmem ! em nenhum momento, nos mais de dez anos que frequentou Uberaba, prefeitos, vereadores, deputados, jamais se aproximaram de Orlando solicitando suas graças, interferência, prestigio, solicitando algo em favor da cidade que ele chamava de “sua”…
Verdade é que nunca soubemos tirar proveito de altas personalidades nacionais que gostavam, de graça, sem interesse pessoal, da santa terrinha.
Foto:Noir José Rodrigues
Luiz Gonzaga de Oliveira
