Uberaba em Fotos
HISTÓRIA - DOCUMENTOS - PERSONALIDADES
terça-feira, 15 de abril de 2025
UM MARCO HISTÓRICO PARA O HOSPITAL HÉLIO ANGOTTI EM UBERABA
quarta-feira, 9 de abril de 2025
DORALICE KABULESKI, A LENDÁRIA "DORA"
“Me arruma cinquenta conto pra mim comprar uma bolacha, gravo um vídeo ou deixo tirar uma foto se vocês quiserem."
Figura muito lembrada e amada. Faz parte da nossa história!
Amizade tem inúmeras, lábia pra conseguir uns contos pra poder comprar algum cosmético de beleza, tem mais ainda, como uma auto defesa de um bom jogador, já chega articulando, pois sabe que a vida para eles é um jogo que precisa ser vencido todos os dias.
Um grande acontecimento na vida de Doralice foi seu casamento em 30 de agosto de 1979, na Paróquia Nossa Senhora da Abadia, foi com um rapaz chamado Carlito Inácio. A festa foi totalmente patrocinada por amigos e pessoas que queriam garantir a ela a dignidade de amar.
De lá pra cá, mesmo com o uso do medicamento diário e os cuidados necessários como boa alimentação.
Mesmo colocando as coisas que não são corretas na vida dela, ainda assim, é uma pessoa alegre, comunicativa e muito inteligente.
Tentativas de internações para tratamento sempre foram frustradas, até entenderem que a terapia para a vida dela era as ruas.
Sua companhia é a melhor que tem pra ela mesmo.
Sua caminhada representa muitos irmãos das estrelas e são muitos os que serão tocados pela luz no seu caminho.
Andarilha de paisagens precárias do sentimento guardado a sete chaves, não fotografável, nem desvendável em câmaras escuras em secretas torturas da vida e da mente.
Quando atravessa a esquina o olhar como que escapa da realidade, lá vai uma casa e alma ambulante de mantas panos mantras delirantes que acaso brotam em seu murmúrio.
No tilintar das moedas, mais um conto, outra rápida técnica, para tentar convencer que a moeda que pra ti não vale nada, pra ela tem todo valor.
Assim segue andando, como todo andarilho por sina, a passos rápidos para chegar a lugar algum.
Prestes a completar 89 anos no próximo dia 30/09.
Criada com todas as dificuldades da sua época, Foi onde através do seu comportamento, descoberto uma deficiência mental que aumentariam as sequelas na sequência da vida.
Hoje a Dora está aposentada bem mais gordinha, (fofinha). Muito bem cuidada e morando no Lar André Luíz (Chico Xavier) desde 2013.
Essa é Doralice Kabuleski popular "Dora Doida", mais uma figura popular de Uberaba. (Antônio Carlos Prata).
sábado, 5 de abril de 2025
PELAS RUAS EM UBERABA
Hoje passando pela rua Artur Machado, "Calçadão", vejo uma garota ambulante, toda simpática e sorridente. Lidar com pessoas nunca é uma tarefa fácil, porque envolve sentimentos, vivências, expectativas e muito mais. Não é apenas vender produtos, é lidar com pessoas, buscar compreender o cliente e atender da melhor forma possível.
Não é apenas sobre o produto, é sobre confiança, relacionamento e conquista.
Um docinho, um sonho, um brigadeiro, trufas não mata ninguém, muito pelo contrário, nos faz renascer, adoça a alma e nos enche de alegria, renova o dia por mais difícil que ele esteja sendo.
Na vida, uns colocam desculpas, outros pretextos, a maioria chama de falta de oportunidades, outros, bom, outros poucos fazem a vida acontecer.
Priscila Carvalho de Almeida, 35 anos, natural de Uberaba. Há oito anos, faz da sua rotina vários cenários diferente nas ruas da nossa cidade.
Não considera trabalhar nas ruas uma sobrecarga, mas por escolha própria e é muito feliz com sua profissão, a de adoçar vidas, almas e sonhos.
“A maior dificuldade no dia a dia é preconceito que as pessoas têm, muitos olham com desprezo, sem saber que por trás daquele produto existe muito esforço, dedicação de tempo, e amor.
O melhor das vendas na rua, além do lucro, é ver o quanto as pessoas se sentem satisfeitas com o meu produto, ver o sorriso no rosto de cada um, e a amizade que a gente cria." Diz Priscila.
O sonho de Priscila futuramente é expandir os negócios para que mais pessoas conheçam a Caseirinhas trufas e brigadeiros artesanais. Todos feitos por ela.
A luta dos vendedores nunca acaba!
E só temos a agradecer, por terem pessoas assim que levam além do progresso local, carregam consigo a expectativa não apenas de vender, mas de encontrar pessoas que sorriem, que sejam gratas e que estejam com olhos atentos pra entender que, cada leva consigo sonhos e esperança, assim como quem está do outro lado na condição de cliente.
Ajude a fortalecer o lindo e saboroso trabalho da Priscila, suas trufas recheadas são simplesmente surreal, tudo preparado com muito carinho.
São mulheres que as vezes estão no anonimato, mas que são de suma importância na sociedade.
Esse é mais um exemplo de quem quer, vai atrás e faz acontecer!
Quando Priscila visitar sua loja, sua casa ou seu trabalho, já sabe que vale a pena investir e sorrir com quem não vê dificuldades de levar sorrisos, palavras e chocolate pra adoçar seu dia. Em 05/04/2025, às 10h50. ( Foto Antônio Carlos Prata)
sexta-feira, 4 de abril de 2025
Morreu hoje (26/03) Davi Augusto, radialista e narrador esportivo em Uberaba
Faleceu nesta quarta-feira (26) David Augusto Paschoalini aos 76 anos, ex-narrador esportivo da RádioJM e figura emblemática do rádio #uberabense. Com uma trajetória marcada pela paixão pelo esporte, David deixa um legado de dedicação e profissionalismo na comunicação.
quinta-feira, 3 de abril de 2025
OBRA GIGANTESCA
A recém lançada revista Diário de Uberaba, de autoria do médico uberabense Marcelo Prata, constitui monumental obra de consulta, disponibilizada graciosamente, a todos que queiram conhecer a rica história desta cidade. Essa gigantesca obra exigiu do autor enorme esforço, disciplina e persistência ao longo de mais de 30 anos, redundando em mais de onze mil páginas distribuídas pelos seus dezenove volumes.
Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1957, com especialização em Endocrinologia e Metabologia pela AMB, em 1972, ele ali atuou como médico durante mais de 40 anos. Além dessa atuação foi também professor universitário, funcionário público e fazendeiro.
Marcelo Prata nasceu em 1932, na Rua João Pinheiro, em Uberaba. Foi aluno do então Ginásio Diocesano até a conclusão do curso científico, em 1950.
Além do laborioso exercício da medicina dedicou-se às letras, tendo lançado mais de dez títulos entre os anos de 1975 e 1986.
Tamanha é a importância da edição da revista Diário de Uberaba que encaminhei ao Arquivo Público de Uberaba sugestão para sua digitalização e indexação geral, de tal forma a permitir a busca por qualquer termo, nome, data ou tema, assim permitindo ao usuário um fácil acesso ao objeto de seu maior interesse.
A gigantesca grandeza dessa obra nos dá a exata dimensão da nobreza de seu autor, pois, como bem disse Charles Chaplin:
“Não se mede o valor de um homem pelas suas roupas ou pelos bens que possui, o verdadeiro valor do homem é o seu caráter, suas ideias e a nobreza dos seus ideais.”
E é por isso que Marcelo Prata dos Santos merece todo o nosso reconhecimento e a figurar com louvor nos anais de Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira
OBS: para ter acesso a todos os dezenove volumes do Diário de Uberaba basta clicar https://diariouberabense.blogspot.com/?m=1
terça-feira, 1 de abril de 2025
DUAS DAS FIGURAS MAIS POPULARES DO CENTRO DE UBERABA
O brilho das ruas não é mais o mesmo.
A medida em que nossas figuras vão partindo, um pouquinho da nossa essência e história vai partindo também. Toda cidade é feita de empreendimentos, projetos, arquitetura, ambição e correria, mas no final das contas, o que entra pra história são as memórias e lembranças das pessoas que viveram na contra mão dessa loucura chamado mundo, aliás, viveram o seu mundo, fizeram o seu espaço. Não saberemos jamais se escolheram seus caminhos, ou se os caminhos escolheram vocês. Por ironia do destino, vocês Luiz Sérgio de Minas Caetano (★23/11/1958) - (✚ 12/06/2019), o "Maninho" e seu amigo inseparável Izac Adriano de Paula (★31 07/56) - (✚ 21/10/2023) foram continuam sendo e serão eternamente lembrados em nossa cidade. Onde estiverem, descansem em paz Luiz "Maninho" e Isac Adriano de Paula. (Antônio Carlos Prata)
BARES QUE FIZERAM SUCESSO NO PASSADO EM UBERABA
Se fala muito com relação a memória de nossa cidade, o Bar da Viúva é um exemplo que jamais poderia ter desaparecido, como também o Bar do Mosquito, na rua Cel Manoel Borges, o restaurante Tabu, na praça Frei Eugênio, restaurante Catetinho, na Br-050, Bar do Antero, na esquina das ruas Padre Zeferino com Martim Francisco, o restaurante 3 Coroas, restaurante Chaparral, na esquina das ruas Padre Zeferino com Pires de Campos, o restaurante do Pulenta, na esquina das ruas Padre Zeferino com João Pinheiro, Bar Pantera, na rua José de Alencar, Bar do Yassu, na rua Tristão de Castro, o Bar do Dica, na avenida Fernando Costa, o Bar 1001, Bar Ana Rosa, Café Real, Café da Praça, na praça Rui Barbosa, o Buraco da Onça, Tipo Top, o restaurante Galo de Ouro, Barril Choperia, Guarani, Bar Eldorado na avenida Leopoldino de Oliveira, Bar Mil Réis, na praça Manoel Terra, Bar Cacique, na rua Padre Zeferino, e a churrascaria Itararé, na rua Major Eustáquio. Toda a vez que vejo esta foto do Bar da Viúva, me recordo da fama que tinha a pizza. Hoje só resta a mania nossa de recordar locais que marcaram época e que não deveriam ter sido desativados. Tão. Antônio Carlos Prata
"SÃO BENTO", ERA COMO O CHAMAVA CARINHOSAMENTE
Nas décadas de 1970 e 1980, sempre que passava no cruzamento das avenidas Cambuquira, hoje Cel. Joaquim de Oliveira Prata e Fernando Costa. Notava este senhor sentado na calçada da Revendedora Ford ou nos trilhos desativados, da Rede Mineira. Isso, as pessoas passaram a chamá-lo de "São Bento", enigma.
Era querido dos comerciantes do bairro São Benedito e por frequentadores de Bares. Dica e Julinho, (pai e filho). Tinha um cacoete. Um gorro de crochê na cabeça. Sacudia a cabeça, sentava e cruzava as pernas, e dava uma olhada com olhos vermelhos. Muitos o consideravam louco, outros uma pessoa dócil, outros motorista da viação São Bento. Servidor público aposentado, vivia andando nas rodovias. Com pés inchados de tanto andar. Consideravam-no um maníaco. Mal trajado, não falava com ninguém. Robotizado pelo seu comportamento. Todos os passantes ficavam a estranhar aquela atitude inócua, sem objetivo algum. Por que assim agia? Sabe-se lá. Um guarda de trânsito (figura enxotada pelo advento dos semáforos) Era uma figura, muitas das vezes invisíveis, que faziam a diferença na trajetória da história do Bairro São Benedito. (Antônio Carlos Prata)
domingo, 30 de março de 2025
Morreu neste sábado (29/03) o empresário Nildo Barroso aos 88 anos
Em nome de Uberaba em Fotos, vimos expor os nossos mais sinceros sentimentos de pesar. Nesse momento de profunda tristeza, nos faltam palavras de conforto a esta dor. Temos convicção de que nosso glorioso Deus iluminará e consolará a família de Nildo Barroso.
quinta-feira, 27 de março de 2025
SALÃO REX BARBEARIA & CABELEIREIROS
O tradicional "Salão Rex" localizado na Galeria do edifício Rio Negro, no Centro de Uberaba (MG) encerra suas atividades após 68 anos.
Cláudia, filha de Vasco Rodrigues, explica; "a decisão de fechar o salão foi motivado por acidente de meu pai e alto custo do aluguel e a drástica diminuição do movimento desde o início da pandemia, o que causou a diminuição também do número de profissionais em atividade. Dos cinco cabeleireiros e barbeiros, apenas um continuava. Apenas o cabeleireiro Carlos Antônio Rodrigues, meu primo e sobrinho de Vasco que trabalhava no salão desde 1988, estava atendendo os últimos clientes. A partir de agora, ele vai atender em casa, na rua Afranio de Azevedo, 1874 - Bairro Olinda. E meu novo endereço: Rua Segismundo Mendes, N⁰ 233 - Centro. Contato: 34 8846-2596.
Sua clientela era formada por políticos, artistas que se hospedaram no Grande Hotel. Empresários, magistrados, jornalistas da velha guarda e esportistas. Era um dos últimos salões autênticos, onde muita gente passava simplesmente para sentar e jogar conversa fora.
" Em nome de meu pai Vasco, Carlos Antônio, agradecemos nossa profunda gratidão a cada um por tornar essa jornada tão especial. Levamos conosco lições valiosas e lembranças que guardaremos no coração." Em 05/03/2025. (Antônio Carlos Prata.)
UM PASSEIO PELO PASSADO
Na década de 1960, eu contava com os meus 8 anos de idade e estava na matinê, bem na fila da frente, junto aos meus amigos para assistir ao filme Tarzan. Nesse dia foi a maior festa.
A grande sala do Cine Metrópole não era utilizada apenas para cinema. Era, também, usada como um centro de convenções na qual se desenvolvia a arte teatral e festas de formaturas.
Lembro-me ainda antes da criação do Teatro Experimental de Uberaba (TEU), quando o ator, diretor e produtor Aldo Roberto Silva, o eterno “Salsichachau”, estreou a peça "Chapéuzinho Vermelho", texto de Maria Clara Machado. A peça trás a famosa história da menina do Chapéuzinho Vermelho, que ao desviar do caminho para ir à casa da vovó, cai nas artimanhas do astuto Lobo Mau.
Logo depois da estréia foi fundado o Teatro Experimental de Uberaba (TEU), na rua Alaor Prata, 18. Fundadores: Arlindo de Carvalho, Maurilio Cunha Campos de Moraes e Castro e Aldo Roberto Silva.
Pagava-se o preço meia-entrada de cinema para vê-los ao vivo no palco do cinema. E, comumente, atores menos famosos, vinham trazendo o teatro como forma de divulgação e o próprio ator ficava na portaria para ser visto pelos frequentadores.
Com o advento e o desenvolvimento da televisão, as salas de cinema entraram em decadência e o nosso cinema não teria como ser poupado. Foi morrendo aos poucos. A exibição, de até duas sessões aos sábados e domingos, dependendo dos filmes, passou para apenas uma. Depois de algum tempo, as sessões diárias passaram a três vezes, por semana, vindo, posteriormente, a ser somente aos sábados e domingos e, finalmente, fechado.
Enquanto isso está bem guardado na caixa de minha memória o Cine Metrópole no auge de sua existência: Vejo Senhor Romeu com seus filhos, no Bar "Buraco da Onça" anexo ao cinema.--- A Maria toda garbosa na cabine vendendo as entradas; o Senhor Alcino com a sua simpatia na portaria, sempre sorridente e brincalhão. O Gentil com sua laterninha. O Senhor Alaor com seu suspensório sempre elegante.
Sinto-me feliz ao rever a minha infância e juventude, através dessas lembranças de momentos felizes que o Cine Metrópole proporcionou. Entendo que esse tipo de lembranças são sonhos reais que permanecem dentro de nós até a maturidade. Fora isso não passa de utopia. ---- Sinto falta da infância que se foi e não volta mais, e, também, das pessoas que partiram para junto de Deus. Afinal a morte não tem retorno. As lembranças da infância e da juventude, são momentos que nos proporcionam algum conforto e estimula o amor e a vontade de viver até o último quartel de nossas vidas. Foto do acervo pessoal de José Querino Machado Filho, Prof. Kico. (Antônio Carlos Prata)
terça-feira, 25 de março de 2025
E O TEMPO LEVOU...
Cooperativa Regional dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande - Copervale em 1950. Praça Manoel Terra. Hoje funciona posto de combustível.
Os leiteiros vendiam leite numa espécie de carroça baú puxada a cavalo, toda branca, o vendedor com seu latão de bico e caneco de medir.
Na década de 1960, adorava esses tipos populares, particularmente os que se apresentavam com algum estilo musical, feito esse ferro batendo num pedaço de "campana de freio de carro" anunciado sua chegada gritando, "Olha o leiteiroooooo".
Faziam parte da paisagem humana da nossa cidade, nos tempos de nossas infâncias e juventudes, também os verdureiros, os compradores de garrafas", olha o Algodão-doce", "olha o Picolé ", Ô Lavouraaaa que deu crime, olha o Piruuuliiitooo". Não esquecendo do "Seu" Roque Manuel da Silva, o "Roque do Biju". Corríamos catando moedas quando escutava o "triângulo". Antônio Carlos Prata.
RÁDIO P.R.E- 5 DE UBERABA
OS TEMPOS SÃO OUTROS
Nos anos 1960/70. Lembro das cadeiras nas calçadas, dos papos entre a vizinhança, das rodas de amigos que se formavam, cada qual com uma piada, o começo de um namoro, muitas vezes, começa com um olhar, um flerte, num piscar de olho, onde o rapaz interessado numa garota, talvez, na escola, ou na praça, ou na festa, ou no barzinho, ou no cinema, ou numa viagem ou, até mesmo na rua onde ambos moram. Em fim. São tantos e tantos lugares.
E merece destaque Avenida Leopoldino de Oliveira, onde os estudantes se reuniam para jogar conversa fora, sentado na balaustrada do corrego das Lages, com o footing dos sábados e domingos à noite.
A Balaustrada foi símbolo da Avenida.
Foram inesquecíveis anos dourados, principalmente pela ralação buscando construir o futuro, que é hoje o digno presente de que desfruto. Antônio Carlos Prata
CARNAVAL NO CLUBE SÍRIO LIBANÊS EM UBERABA
Nos idos anos 70 a 80, no Clube Sírio Libanês, os porteiros já estavam a postos, para controlar a entrada. Os foliões, com suas fantasias coloridas cantavam as músicas, conforme a orquestra as tocava. As serpentinas; os confetes; os garçons servindo as bebidas geladas, que as colocavam em cima da mesa, tudo isso fazia parte do espetáculo.
Jovens descompromissados procuravam flertar garotas e, após conquistar, se dirigiam para a área externa, onde ficavam os jardins, que era o local ideal para o início de um namoro, até porque no salão, o som da orquestra era muito alto. Nas imediações do Clube, os jovens quando bebiam demais, procuravam estacionar nas imediações para curar a ressaca.
Época em que os carnavais eram diversão e de muito respeito. Saudade. (Antônio Carlos Prata).
ESCRAVOS MORTOS POR ENFORCAMENTO EM UBERABA
A notícia correu rápido por toda a cidade naquela manhã de sábado, 4 de janeiro de 1840. Por motivos pessoais Manoel Tico, vulgo Tico-Tico, assassinara horas antes, a machadadas, Francisco José Correia bem ali na rua Direita (atual Vigário Silva). Como de conhecimento geral o assassino era escravo foragido da vítima, mas para maior surpresa de todos quem se apresentou ao delegado, capitão Domingos da Silva e Oliveira, foi um recém-chegado, também escravo do morto, de nome Vicente, já sexagenário e cuja filha era amante do verdadeiro assassino.
Vinte e dois dias depois, num domingo, entre “as últimas horas da noite e as primeiras do dia seguinte” as escravas Bertholina, Cândida e Florinda matam por estrangulamento a esposa do fazendeiro Rodrigues Chaves, sra. Alexandrina Umbelina de Magalhães, motivadas por vingança devido aos maus tratos recebidos do Senhor.
A justiça de então foi célere e em menos de três meses reuniu-se o tribunal do júri, realizou-se o julgamento e foram duas delas condenadas, juntamente o inocente Vicente, à morte por enforcamento. Apenas Florinda teve sua pena comutada em galés perpétua, por estar em “estado interessante”. Os condenados à forca permaneceram presos, em celas no prédio da Câmara, pelos nove anos seguintes, pois o afamado carrasco mineiro, Fortunato José, só chegaria à cidade para o cumprimento da sentença no dia 13/08/1949.
Consta dos registros que ele “tem 32 anos, é musculoso, alto, célebre e temível. Estivera na cadeia de Ouro Preto, condenado a 44 anos, saíra 31 vezes escoltado a serviço e realizara 87 enforcamentos. Ganhava 12$300 por execução, ou 4$800 se paga pela Municipalidade.”
E o carrasco nem bem chegou saiu batendo, “em vão, às portas na Vila de Uberaba, à procura de quem vendesse cordas e madeira para os enforcamentos do próximo dia 17. Consegue, com muita dificuldade, as cordas, tendo sido a madeira retirada do Capão da Igreja (depois Chácara do dr. Josué Laje). Arma a forca no campo (onde seria os fundos do Liceu de Artes e Ofícios, bem mais adiante).”
Todos na cidade, “inclusive os familiares do falecido Francisco José Correia, à véspera do enforcamento, sabem da inocência do escravo Vicente e a culpabilidade de Manoel Tico. O silêncio para todos vale o ouro da covardia, o peso do orgulho e o segredo da injustiça.”
Finalmente em “17/08/1849 – Chegam pessoas dos mais remotos recantos da Farinha Podre. Atraídas pela curiosidade, fazem questão de assistir a um ‘assassinato legal’. Exortados pelo padre Manoel Joaquim da Silva Guimarães, sobem no patíbulo, armado no campo da parte alta da Vila Uberaba, os escravos Vicente, Bertholina e Cândida,” ... “Num último pedido, as mulheres solicitam vinho, com a recusa do escravo homem. Uma delas, Bertholina, embriagada, chega a recitar versos. São enforcados à hora programada pelo carrasco Fortunato José.”
Agora, ao transitares pelas imediações da Praça Frei Eugênio lembre-se dessa lamentável ocorrência.
Melhor seria esse trágico, horrendo e dantesco espetáculo não tivesse ocorrido, mas como já inscrito na história da cidade dele faço esse triste registro também nos anais de Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira
Importante:
- Todas as citações entre aspas podem ser verificadas na preciosa revista “Diário de Uberaba, vol. 1, de Marcelo Prata, nas seguintes páginas 353, 355, 401 e 402.
UBERABA E SUAS HISTÓRIAS. Antes dos táxis, as charretes, os “carros de praça”
Foto de autoria desconhecida da década de 60. Antes do serviço de táxi ser implantado em Uberaba, o sistema de transporte público individualizado era feito por charretes. Depois surgiram os “carros de praça”, geralmente Ford, Chevrolet e Mercury da década de 1940. Ali era o coração da cidade. O serviço era exercido pelos choferes, os motoristas profissionais da época, que utilizavam veículos impecáveis, registrados e regulamentados para atender passageiros, cobrando tarifa baseada na distância percorrida, no tempo da viagem ou em uma combinação de ambos.
Os preços eram acertados antes do deslocamento - entre o cliente e o dono do veículo, pois o uso de taxímetros para calcular automaticamente o valor da tarifa de uma corrida eram até previstos, mas não adotados. O sistema trazia certa flexibilidade, mas também exigia clareza nos acordos para evitar desentendimentos. Os carros de praça eram símbolos de prestígio e inovação para a época, frequentemente utilizados em ocasiões especiais como casamentos, funerais e eventos sociais de destaque. Para muitos, viajar em um desses automóveis era um luxo, um reflexo do avanço tecnológico que começava a impactar o cotidiano da cidade. Essa fase da história urbana de Uberaba nos transporta a um tempo em que a cidade tinha um ritmo mais pausado, e as relações entre as pessoas eram marcadas por um contato direto, quase artesanal, entre o serviço oferecido e o cliente. Com o tempo, a necessidade de um sistema mais organizado e justo levou à introdução do táxi com taxímetro, que oferecia mais transparência e segurança aos passageiros. Mas os "carros de praça" e seus choferes marcaram época na história do transporte uberabense. (Antônio Carlos Prata).
quarta-feira, 12 de março de 2025
ESQUECERAM DE MIM!?
Ele certamente fora um escravo fiel, prestativo e querido por todos. Talvez por isso, ao redor de sua oficina surgiria uma comunidade, mais tarde grande cidade e futuramente conhecida por “princesinha do sertão”.
Por manter sempre acesa sua forja de ferreiro o logradouro ficou conhecido por Rua do Fogo, depois Rua do Comércio e mais tarde Rua Artur Machado.
Seu dono e senhor, Major Antônio Eustáquio da Silva e Oliveira, o patriarca e fundador da cidade, em reconhecimento fez incluir entre os 58 itens de suas disposições testamentárias um dispositivo concedendo liberdade “ao seu escravo Manoel Ferreira, com a obrigação de ele fazer todas as obras de ferro empregadas na construção da Nova Matriz, e doa também 4 arrobas de ferro e 1 de aço, para o começo das obras.”
O testamento especifica em detalhes a destinação de seu patrimônio nele reservando auxílio para construção da cadeia, a cota parte destinada a cada um de seus herdeiros legais e testamentários. “Como se considerava católico praticante, fica ordenado também que cada padre presente no dia de sua morte celebre em sufrágio de sua alma um ‘oitavário de missas’, além de 600 outras durante um ano seguido, 300 por sua alma, 100 em sua intenção, 100 por intenção às almas daqueles com os quais teve negócios, 50 pela alma de seus pais e 50 pelas almas do Purgatório mais necessitadas.” Não satisfeito, “autoriza finalmente, a distribuição, no dia da sua morte, de 20$000 aos pobres e 200$000 a 3 filhas viúvas pobres que vivam honestamente.”
Só não se sabe se o escravo Manoel Ferreira logrou obter sua tão almejada liberdade, pois as obras na igreja ficariam paralisadas pelos 16 anos seguintes, sendo retomadas no distante ano de 1848. Isso porque a viúva de Major Eustáquio, Antônia Angélica de Jesus, sequer esperou seu corpo esfriar na sepultura, o término das missas, novenas e rezas encomendadas pois casou-se com o tenente José Fernandes da Silva, em 05/07/1832, cinco meses após a morte do grande patriarca de Uberaba.
Em memória de Manoel Ferreira ouso invocar Fagundes Varela em seu célebre poema “Mauro, o Escravo”, cujos versos finais proclamam:
“Mas quando a alvorada no espaço raiava, / E os bosques, e os campos, risonha inundava / Das longas delícias do etéreo clarão, / O escravo rebelde debalde buscaram, / Cadeias rompidas somente encontraram, / E a porta arrombada da dura prisão”.
Por desconhecer o destino final do fiel escravo Manoel Ferreira faço esse registro em Coisas e Fatos Antigos de Uberaba, para que, ao menos aqui, ele seja definitivamente lembrado.
Moacir Silveira
Fonte: Diário de Uberaba, de Marcelo Prata, volume 1, páginas 307 a 311.
terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
PAULO SOUSA LIMA
A Lucidez Intelectual
Formação
Paulo Vicente de Sousa Lima, nasceu na cidade de Sacramento, na região do Triângulo, em 1927, falecendo em Brasília em 2006.
Cursou e concluiu o antigo curso primário em Sacramento, o ginasial no colégio Marista Diocesano de Uberaba, o colegial em São Paulo, diplomando-se em Ciências Contábeis e Atuariais em Belo Horizonte na faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, possivelmente a única, na ocasião, a oferecer no Brasil o curso de Ciências Atuariais. Na capital mineira ainda permaneceu por um ano, lecionando na faculdade pela qual se diplomou.
Pertenceu, quando estudante em São Paulo e Belo Horizonte, ao grupo Polígono, composto de estudantes uberabenses nessas cidades e destinado a estudos e debates de problemas contemporâneos.
Atividades Profissionais em Uberaba
Comércio
Em 1950 estabeleceu-se em Uberaba, dedicando-se à administração das fazendas e loteamento da família, fundado em 1959 e dirigindo a Companhia Mercantil Rio Grande, localizada no quinto quarteirão da rua Artur Machado, no antigo nº 118, especializada no comércio de roupas e perfumarias, à frente da qual ficou até 1970, quando transferiu sua residência para Belo Horizonte.
Na qualidade de comerciante participou, em 1952, da União das Associações e Sindicatos de Uberaba – Unasba. Nela, juntamente com, entre outros, Padre Antônio Tomás Fialho, Joaquim Prata dos Santos, Helmuth Dornfeld, Santos Guido, Ronaldo Cunha Campos, Aurélio Luís da Costa e José Batista de Carvalho, trabalhou para instalar em Uberaba as Centrais Elétricas de Minas Gerais – CEMIG.
Magistério
A partir de março de 1961 até fevereiro de 1969, Paulo Lima ministrou aulas de economia na faculdade de Engenharia do Triângulo Mineiro, sediada em Uberaba.
Faculdade de Ciências Econômicas
Em 01 de janeiro de 1966 decreto federal autorizou o funcionamento da Faculdade de Ciências Econômicas, fundada pela Associação Comercial e Industrial de Uberaba por sugestão de Paulo Lima. “Coube ao economista e empresário Paulo Vicente de Sousa Lima o mérito de lançar em terreno fértil ideia da criação da faculdade” (José Mousinho, “Uma Obra Construída Com Carinho e Determinação”, in ACIU – 70 anos, Uberaba, Arquivo Público de Uberaba, 1993).
Além disso, Paulo organizou sua estrutura técnico-administrativa e a grade curricular, mas, por motivos ideológicos, brandidos pela ala mais conservadora udenista da entidade, nela foi impedido de lecionar.
Atividades Culturais em Uberaba
Desempenho
Coincidindo com a efervescência cultural de Uberaba no início da década de 1960, dela constituindo um dos elementos impulsionadores, Paulo Lima desempenhou na cidade em toda essa década saliente papel na criação e apoio a entidades culturais, às quais, como diretor ou incentivador, imprimiu diretrizes administrativas e orientações culturais e artísticas de criatividade e vanguarda, propiciando tornar Uberaba nessa época e daí em diante um dos polos mais avançados de ação e criação artística do país, como demonstrado no livro A Poesia em Uberaba – Do Modernismo à Vanguarda.
A ação multiforme de Paulo Lima nesses anos abrangeu variada gama de áreas culturais, principalmente cinema, teatro, artes plásticas e literatura.
Influência
A respeito da influência que exerceu e o papel cultural catalisador da sede de curiosidade de juventude ávida de conhecimentos e desprovida nos cursos regulares de ensino de informações artístico-culturais básicas, depõe o escritor Jorge Alberto Nabut:
“Foi na casa de Paulo Lima que, pela primeira vez na vida, ouvimos as Bachianas número 5, de Vila Lobos, necessariamente com Vitória de Los Angeles. Também lá ouvíamos os originais dos então esquecidos Noel Rosa e Ataulfo Alves, a voz afetiva de Nara Leão, o timbre rascante de Joan Baez.
Foi na casa de Paulo Lima que, pela primeira vez na vida, ouvimos falar de Godard, que ele tanto admirava: de Fellini, Antonioni, Bunuel, Visconti, Gláuber.
Foi na casa de Paulo Lima que, pela primeira vez na vida, vimos as fotografias do Desemboque, duas delas na parede, como janelas abertas a provocar visita e conhecimento do arraial primeiro do Sertão da Farinha Podre.
Foi na casa de Paulo Lima que, pela primeira vez na vida, vimos os móveis de Arrendamento e a discreta mobília Eduardiana, herança de família, estilos repassados como conhecimento; assim como as primeiras noções de arquitetura colonial e contemporânea, de arte eclética, art nouveau, art déco, design escandinavo...
Foi na casa de Paulo Lima que, pela primeira vez na vida, tivemos noções de astronomia, pois que nas noites limpas de inverno ele nos levava envoltos em cobertores, na sua perua Kombi, a desvendar a geografia dos astros e estrelas da incontida Via Láctea. Paulo Lima nos estendia, então, o grande arco da existência a ser desvendada.
Foi Paulo Lima quem nos levou a conhecer as ladeiras patinadas de lodo de Ouro Preto e a apreciar os contornos incontidos e criativos do barroco mineiro e, em contrapartida, a Batatais e Brodowski na descoberta dos painéis parietais de Cândido Portinari.
Foi Paulo Lima quem nos levou a abrir nossos livros, a desvendar novas lições de arte, ciência, vida, a praticar novas ações, legando-nos, a cada um, o mote apropriado da existência, a herança das coisas.”
(Jorge Alberto Nabut, “Paulo Lima e a Herança das Coisas, Jornal da Manhã, 29 de junho de 2014)
Casa de Artes e Ofícios
Por essas mesmas razões, o arquiteto e decorador Demilton Dib fundou a Casa de Artes e Ofícios Paulo Sousa Lima e a instalou em 2014 em esplêndido casarão de sua propriedade situado na Praça Comendador Quintino.
Cine Clube de Uberaba
Sob sua direção e permanente empenho, fundou-se e, agosto de 1962 o Cine Clube de Uberaba, com diretoria composta por ele, Lincoln Borges de Carvalho, José Sexto Batista de Andrade, Clarkson de Castro Silva e Guido Bilharinho.
Desde então e nos anos seguintes, o Cine Clube desenvolveu intensa atividade com projeções de filmes emprestados da Cinemateca Brasileira de São Paulo ou alugados a empresas especializadas, como a Mesbla e a Fotótica, em sessões cinematográficas antecedidas da apresentação da obra do diretor do filme, seguidas de debates.
Além dessa função básica dos cineclubes, promoveram-se cursos de cinema e palestras em faculdades e colégios sobre essa arte, publicou-se mensalmente no Correio Católico a Bolsa de Cinema, com classificação qualitativa de filmes lançados na cidade no circuito de cinemas, o organizou-se anualmente a Seleção dos Melhores Filmes do Ano, divulgada na imprensa local durante catorze anos, cujas listagens foram cronologicamente (de 1962 a 1975) publicadas na revista Convergência, ano VI, nº 07, de 1976.
Teatro
Na área teatral, Paulo Lima, além de sua presença em todas as apresentações, colaborou e incentivou, juntamente com os demais diretores do Cine Clube, com realce para José Sexto Batista de Andrade, os ativos grupos teatrais formados na cidade na década de 1960. Núcleo Artístico de Teatro Amador – Nata e Teatro Experimental de Uberaba – TEU.
Fotografia
Paulo Lima secundado pelos demais diretores do Cine Clube, deu decidido apoio ao Foto Clube de Uberaba, fundado em 1962.
Imprensa Cultural
Nos periódicos culturais editados na cidade em fins da década de 1960 e na década seguinte (Suplemento Cultural do Correio Católico e revista Convergência), Paulo não só colaborou com contos, artigos e visuais, como criou o logotipo do referido suplemento, colaboração que manteve mesmo após sua transferência para Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
Outras Atividades
Paulo Lima integrou inúmeras vezes júris de festivais de teatro, de música popular e de exposições de artes plásticas, nessa última área impulsionando e dando decidido apoio, juntamente com José Sexto Batista de Andrade e Jorge Alberto Nabut, à atividade pictórica de Hélvio Fantato.
Importância e Significado de Sua Atuação
Não só pelas atividades e participação ativa no contexto social e cultural de Uberaba que nele se destacou Paulo Lima. É que, além disso, aduzido a isso, mercê de sua lucidez, independência, senso crítico, sofisticação intelectual e desprendimento pessoal, essas atividades e essa participação marcaram-se por permanente sentido construtivo, criativo e vanguardista extremamente positivo.
Tais julgamentos não são importantes apenas pelo que objetivamente selecionam, mas, ainda, pelo que revelam do grau de cultura e tirocínio do julgador, facilmente avaliáveis, no caso, por todo especialista e conhecedor das artes elegidas.
Dele afirmou Joaquim Borges, em nota inserida na antologia de contos Ponta de Lança que organizou:
“Tem diversificado sua atuação literária com a luta pela sobrevivência, seja exercendo importantes cargos como técnico da área econômica em secretarias de Estado e empresas estatais e no magistério universitário, onde tem se destacado pela sua competência e visão aberta da escola. O título de intelectual, discutido por medalhões medíocres, que nem sequer entendem seu significado, assenta em Paulo Lima em caráter permanente e irrevogável, visto sua posição ampliada da realidade que nos cerca e sua visão crítica das instituições e dos valores de nossa civilização.”
Atividades Profissionais em Belo Horizonte e Rio de Janeiro
Belo Horizonte
Nessa cidade prestou serviços na fundação João Pinheiro como economista (de junho/1971 a outubro/1973), no Tesouro Estadual como subdiretor (a partir de maio/1973), na filial da Cia Federal de Processamento de Dados como técnico contábil (de novembro/1973 a abril/1974).
Rio de Janeiro
A convite do Ex-secretário estadual de finanças, Fernando Antônio Roquette Reis, na ocasião eleito presidente da Cia. Vale do Rio Doce, transferiu-se para o Rio de Janeiro para trabalhar na referida companhia como técnico superior de economia e finanças no cargo de Assistente Geral (de abril/1974 a dezembro/1974), como Superintendente Geral de Finanças (de janeiro/1975 a março/1977) e como diretor Executivo (desde sua eleição em assembleia de abril/1977), licenciando-se em novembro/1978 e se desligando da Cia. Em novembro/1980.
Contratado pela Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, nela ocupou o cargo de Superintendente Geral Adjunto (de setembro/1979 a setembro/1981), a partir de quando passou a trabalhar na Bolsa Brasileira de Futuros no cargo de Superintendente Administrativo (de julho/1984 a julho/1985).
No Rio de Janeiro ainda residiu até dezembro 1998, trabalhando por conta própria no mercado de ações.
Brasília
Já aposentado, mudou-se para Brasília, onde moravam quatro de suas oito filhas
Livro
Guerra/Paz – (Uberaba, Instituto Triangulino de Cultura, 2008).
Paulo Lima em Guerra/Paz, como escrevemos sob o título "Horror e Beleza" na introdução à obra, elegeu esse motivo, como poderia ter elegido qualquer outro. Porém, como contemporâneo, na juventude, do
maior conflito bélico da História, a Segunda Guerra Mundial, e, daí em diante, na maturidade, convivendo com a Guerra Fria, a ameaça atômica e acompanhando guerras regionais de largas proporções e influências (as dos Estados Unidos contra a Coreia e o Vietnã, por exemplo), a questão haveria de preocupá-lo e ocupá-lo, como, aliás, a todo individuo atento e responsável.
No caso, o assunto não foi visualizado linearmente, com desenhos e enfoques comuns, mas, sob formulação prismática elaborada e sofisticada, concretizada em expressividade visual que uniu e modelou concepção e expressão, transfigurando-as esteticamente, em tonalidades densas (e tensas) e traços flexíveis e envolventes, de criatividade pessoal única, transmitindo simultaneamente o sofrimento, a angústia e a perplexidade provocados pela guerra, a perspicácia da percepção autoral e a beleza da materialização visual, transformadora do horror e de seu conteúdo em sentido e arte.
Participações em Antologias
Ponta de Lança, antologia de contos organizada por Joaquim Borges - (Uberaba, editora Juruna, 1979), com o conto "Primeiro Amor"
A Poesia em Uberaba - Do Modernismo à Vanguarda, organizada por Guido Bilharinho (Uberaba, Instituto Triangulino de Cultura, 2003), com nada menos de nove visuais na seção "A Vanguarda dos Anos 60/70").
Textos e Visuais Inéditos
Paulo Lima deixou ainda, inéditos, inúmeros textos literários e visuais (a oitava arte). As referências de Paulo Souza Lima foram litastadas por Guido Bilharinho no livro fonte dessa matéria.
Fonte – Personalidades Uberabenses de autoria de Guido Bilharinho.
terça-feira, 17 de dezembro de 2024
Prefeitura entrega autorização para início de obra da ampliação do Aeroporto
A Prefeitura de Uberaba entregou nesta terça (17) a autorização para início das obras de ampliação do Aeroporto de Uberaba – Mário de Almeida Franco. O documento foi entregue pela prefeita Elisa Araújo e pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação (Sedec), Rui Ramos, aos diretores da Aena, que administra o Aeroporto de Uberaba.
Além de receberem o aval da Prefeitura para início das obras, o diretor de relações institucionais da Aena, Marcelo Bento, e o diretor do Aeroporto de Uberaba, Guilherme Zapolla, apresentaram os resultados conquistados com a administração da Aena e o serviço que será executado no local. Segundo os diretores, em janeiro de 2025, o canteiro de obras de ampliação deverá ser instalado e a entrega está prevista para até o meio do ano de 2026. A construtora que fará o serviço já está definida.
“Vamos deixar o aeroporto de Uberaba muito mais confortável e seguro. Vamos expandir o terminal que vai triplicar de tamanho, com investimento no sistema de pista e pátio, cumprindo todas as normas internacionais de segurança. Passaremos a ter uma estrutura que pode acomodar mais de um voo ao mesmo tempo e as empresas poderão operar em horários semelhantes”, revelou o diretor de relações institucionais da Aena.
A prefeita Elisa disse que está bastante otimista com a ampliação, que é sinônimo de desenvolvimento econômico e turismo para o Município. “Espero que com as mudanças aumente ainda mais a movimentação e, é claro, mais voos para nossa cidade”, ressaltou.
Quanto ao balanço apresentado pelos diretores, a Aena registrou um aumento de 23,6% no número de passageiros e conexões em 2024 no Aeroporto de Uberaba, com relação a 2023. Saindo de 82.168 para 101.568 neste ano. O secretário Rui Ramos comemorou o resultado e disse que a obra para ampliação do aeroporto é o reflexo do desenvolvimento econômico da cidade com a chegada de novas empresas e também o crescimento do turismo, após Uberaba ter se tornado um Geoparque.
sábado, 16 de novembro de 2024
Professor Leôncio Ferreira do Amaral
JUSTIÇA SEJA FEITA
Ele deixou, como um verdadeiro gigante, marcas profundas na história da educação em nossa cidade. Nascido em São Bento do Sapucaí, SP, em 01/01/1901, iniciou na área educacional como diretor escolar em São José dos Campos e depois em Bastos, ambas em SP, antes de vir para Minas, em 1946, na condição de Inspetor Técnico de Ensino com atuação em Belo Horizonte. Dois anos depois, em 1948, foi designado pelo governador Milton Campos para organizar, pôr em funcionamento e dirigir a Escola Normal de Uberaba.
Embora graduado em farmácia e medicina veterinária, possuía várias licenças para lecionar, dentre outras matérias, Português, Latim, Francês e Ciências Naturais. Por seu vasto conhecimento geral, em especial de História, era comum vê-lo assumindo aulas de reforço ou em substituições a professores faltosos.
Alguns traços de sua personalidade sempre chamaram a atenção de todos os que o conheceram. Sua aparência irretocável, na elegância de um dândi, não dispensava o uso de um terno bem cortado. A par dos traços bem apessoados, aliava substanciosa erudição e tratamento irrepreensível em termos de linguagem. O costume de elevar a voz ante comportamentos indesejáveis dos alunos era sua forma de tentar impor autoridade. Nessas horas era comum vê-lo usando expressões como: “macacos(as) de auditório”, “grã-finas de porão”, hoje tidas como politicamente incorretas. Ninguém se ofendia, pois sabiam de sua disponibilidade em auxiliar os necessitados em aulas de reforço extraclasse. Solteiro inveterado morava no Palácio Hotel, na Praça Rui Barbosa, certamente pela proximidade com a Escola Normal, à época na Rua Manoel Borges, poucas quadras dali.
Sua lisura no trato da coisa pública infelizmente não o livrou de rumoroso inquérito por suspeita propostas indecorosas e homossexualismo, com acusação centrada em denúncia de um funcionário insatisfeito com sua dispensa do trabalho, por um pai não atendido em pedido de vaga para o filho e outras sobre seu "mau comportamento", mas sempre “por ouvir dizer”. Em seu favor compareceram em juízo: um deputado estadual, quatro médicos (um deles general e o outro catedrático), três juízes (um já em tribunal superior) e um delegado. Ele temia ser exonerado em véspera de sua aposentadoria. Depois de longa e demorada tramitação, já em grau de recurso, teve reconhecido seu direito de retorno ao cargo, com pagamento dos atrasados, bem como o de ser devidamente indenizado em face de infundadas e não provadas acusações.
Justiça seja feita, ele não fez por merecer tamanha desfeita e nem ter passado o que passou. Sequer chegou a gozar da merecida indenização, pois doou todos os valores por ele recebidos ao asilo onde viveu seus últimos anos de vida e nem ao menos o de poder ver seu nome de volta na escola a qual tanto se dedicou.
Seu perseverante exemplo é um verdadeiro ensinamento da “Aula de Vida”, no dizer de Bráulio Bessa, quando diz:
“Na faculdade da vida / de tudo pude aprender. / Cada aula, uma lição, / cada lição, um dever. / As provas me machucando, mas quem aprende apanhando / pode ensinar sem bater.”
E é por isso que, ao menos aqui nas páginas de Coisas e Fatos Antigos de Uberaba, a augusta instituição de ensino continuará a ser chamada Escola Normal Leôncio Ferreira do Amaral, um homem honrado cujo legado merece ser sempre lembrado.
Moacir Silveira
Fonte: “O Ensino de História da Educação na Escola Normal”, de Rosângela M.C. Guimarães (EDUFU, série Monografias, v. 4, páginas: 178/182 e 230/237).
Imagem: foto original em P&B (p. 179) por mim ampliada e colorida.
Dr. Henrique Von Krüger Schroeder
O Dr. Henrique, se encarnado, completaria 130 anos! Parabéns Dr. Henrique! De onde estiver receba nosso sentimento de gratidão. Jesus te abençoe sempre e sempre!
Dr. Henrique Von Krüger Schroeder nasceu em 15 de novembro de 1894, em Resende (RJ). Desencarnou em 02 de agosto de 1949 em Uberaba-MG. Formou-se em Farmácia na década de 20 e Medicina em 1934 pela Faculdade de Medicina em Niterói-RJ. Era filho de Emílio Schroeder e Maria Carolina Krüger Schroeder. Casou-se com Maria Felipe Schroeder, tendo como filhos Carlos Henrique Schroeder e Sônia Beatriz Schroeder.
Elegeu-se vereador pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e assumiu a presidência da Câmara de Uberaba, na gestão de 1947 a 1950.
Como espírita foi presidente do Centro Espírita Uberabense. Participou ativamente do "Ponto Bezerra de Menezes", entidade que originou o Sanatório Espírita de Uberaba. Como presidente do Centro Espírita de Uberabense, lançou a pedra fundamental do edifício do Sanatório em 06/01/1928. Atuou como diretor Clínico do Sanatório Espírita de Uberaba e, como clínico geral, atendia gratuitamente a comunidade carente em seu consultório as quinas feiras.
Era considerado, popularmente, o patrono dos trabalhadores, devido à simplicidade com que se relacionava com as pessoas, conquistando a simpatia e a admiração de todos. Em todos os campos de sua atuação revelou-se como um imperecível monumento de caridade. Homenageado pela comunidade uberabense, teve seu nome perpetuado denominando a praça defronte ao correio com o seu nome "Dr. Henrique Krüger".
Hoje está presente nas atividades das casas espíritas, através dos trabalhos de desobsessão e do receituário mediúnico.
Fonte : Nuno Emanuel
segunda-feira, 4 de novembro de 2024
TAL PAI, TAL FILHA!
Mais um eloquente e emocionante depoimento me foi enviado pela professora Maria Isabel Gomes de Matos, nele reverenciando a figura de seu pai, outra saudosa e importante figura na história da FISTA, onde ela diz:
“A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Uberaba sempre fez parte da minha vida. Meu pai, Santino Gomes de Matos, desde a instituição da faculdade, esteve ao lado das irmãs dominicanas, emprestando sua autoridade de professor renomado. Lecionou Filologia Românica e Língua Portuguesa por anos sucessivos. Além dos cursos regulares, ministrava ali também cursos de atualização para professores dos melhores estabelecimentos da cidade.
A importância da faculdade, em especial nas décadas de 1950-1970, foi incomensurável, formando professores para toda a região. Um detalhe importante: os conteúdos da grade curricular da faculdade, oferecidos aos alunos, sempre equivaleram aos das mais renomadas universidades do país, nada ficando a faculdade uberabense a dever a elas em qualidade e excelência.
Quanto a mim, Maria Isabel Gomes de Matos, cursei Português-Francês, tendo me formado em 1977, sendo oradora da turma. Tendo em vista o aproveitamento do curso, o fato de ter estudado com meu pai desde adolescente e de haver iniciado, precocemente, aos 17 anos, minha trajetória de professora de língua portuguesa, assim que formada fui convidada a participar do corpo docente da faculdade, o que muito me honrou, tendo ministrado aulas na instituição até que me transferi para Belo Horizonte.”
Suas doces palavras me fizeram lembrar versos da célebre canção “Espelho”, de João Nogueira, em memorável estrofe dizem assim:
“Eh, vida voa / Vai no tempo, vai / Ai, mas que saudade / Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade / E orgulho de ‘sua filha’ ser igual seu pai.”
Moacir Silveira
JUBILEU DE DIAMANTE
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
UM CASAMENTO EM 1925
Pesa a favor da data anotada na foto, o fato de que 7 de setembro era o dia do aniversário do dono da casa (e, na época, de quase todo o quarteirão adjacente), o Major Delfino Gomes, que vem a ser meu bisavô. Conhecido na família como "Vô Fifino", ele hoje empresta o nome a uma pequena alameda que liga as Ruas Barão do Triunfo e Jaime Bilharinho.