quinta-feira, 14 de agosto de 2025

HOMENAGEM AO SR BENEDITO "PELÉ", O CICLISTA, ARTISTA E PATRIMÔNIO VIVO DO MERCADÃO

 Benedito Sebastião de Souza Coelho. Foto Antônio Carlos Prata.

Benedito Sebastião de Souza Coelho, mais conhecido por todos como Pelé, nasceu em 24 de junho de 1950, no pequeno distrito de Água Branca, em São Paulo. Filho de Washington de Souza Coelho da Fonseca e Doraci Zacarias Borges, cresceu em uma família numerosa, com seis irmãos: dois homens e quatro mulheres. Uma das irmãs faleceu em 5 de setembro de 2022, deixando um vazio, mas os laços familiares seguem firmes com os cinco irmãos que permanecem vivos. Hoje, Pelé divide a casa com o irmão Luiz Humberto Souza Coelho, a quem chama carinhosamente de “gente boa”. “Amo todos os meus irmãos”, afirma com um sorriso sereno.

Seu pai, Washington, trabalhava na Companhia de Estradas (DER-MG).
Homem de coragem e muito esforço, viu sua vida ser abreviada pelo alcoolismo, falecendo em 1967, aos 47 anos. Naquele tempo, Pelé tinha apenas 17 anos e estudava na Escola Dom Alexandre, localizada na Praça Frei Eugênio. Ele ainda guarda na memória, com nitidez, aquela sexta-feira de despedida, quando acompanhou o cortejo até o Cemitério São João Batista.

A jornada da família em Uberaba teve início em 1961, mas não foi fácil. Entre 1961 e 1963, viveram dias de fome e incertezas, dormindo sob as mangueiras e marquises do bairro da Abadia, sem teto nem rumo. “Era muita, muita dificuldade”, lembra Pelé, com os olhos distantes. Foi então que a bondade se manifestou na figura do Sr. Bento Valim, morador em frente ao Grupo América, que não apenas ofereceu ajuda, mas providenciou uma casa para que a família pudesse se reerguer. “A esse homem devemos muito”, diz Pelé, com gratidão que o tempo não apaga.

Aos 15 anos, Pelé começou a frequentar o Mercado Municipal de Uberaba. Fez amizade com os comerciantes das bancas e com os fregueses, passando a fazer entregas a pé. Desde o nascimento, convive com uma lesão traumática nos pés, mas isso nunca o impediu de trabalhar. Com o tempo, decidiu modernizar seu serviço de entregas e procurou ajuda do colunista e radialista Ataliba Guaritá, o Netinho e de sua esposa, Dona Cornélia, conhecida pela generosidade. Eles organizaram uma lista de arrecadação e conseguiram reunir 1.040 cruzeiros. A primeira bicicleta, que custou 340 cruzeiros, foi comprada em Ribeirão Preto, graças ao pedido feito ao amigo Wilson de Oliveira, "Chibiu" açougueiro conhecido na cidade. O restante do valor foi guardado na poupança.
Com a bicicleta, Pelé ganhou agilidade e conseguiu ampliar o número de entregas, tornando-se uma figura cada vez mais presente nas ruas e no Mercado. A relação de Pelé com a bicicleta é tão marcante que hoje duas delas estão em exposição. Uma no CDL e outra no Shopping Uberaba. “Sou importante”, brinca ele, com seu bom humor habitual.

Nem tudo, porém, foi pedal tranquilo. Ao longo dos anos, já teve duas bicicletas roubadas, uma delas recentemente. Mas a solidariedade sempre cruzou seu caminho: amigos lhe presentearam com novas magrelas para que pudesse seguir trabalhando.

Aos 23 anos, Pelé descobriu uma outra paixão, que floresceu lado a lado com o seu amor pelas bicicletas: a arte de desenhar. Exímio caricaturista e talentoso retratista de paisagens, ele transforma traços e cores em memórias vivas, capturando a alma das pessoas e da natureza ao seu redor. Seus desenhos são um reflexo sensível do cotidiano do Mercado e das ruas de Uberaba, uma arte simples, verdadeira e profundamente humana.

Reconhecido por sua dedicação, força e talento, Pelé já foi homenageado por diversos segmentos da sociedade uberabense, que veem nele não apenas um entregador ou artista, mas um símbolo vivo de resistência, esperança e amor à cidade.
A vida de Pelé é feita de lutas, quedas e recomeços, mas também de generosidade, amizade e gratidão. Do menino que chegou a Uberaba passando fome ao homem que se tornou parte da identidade do Mercado Municipal, sua trajetória é prova de que a força não vem apenas das pernas que pedalam, mas do coração que nunca desiste.
Hoje, Pelé é mais do que um entregador ou um personagem conhecido da cidade - é um exemplo vivo de resistência, alegria e talento. Pelas ruas de Uberaba, entre risos, histórias, pedaladas e traços, ele continua a construir um legado simples e valioso: o de fazer o bem, cultivar amizades, criar arte e seguir adiante, sempre com um sorriso no rosto.

Sr. Benedito “Pelé”, o senhor é mais do que entregador. É memória viva, é artista, é exemplo, é coração que pedala e desenha entre nós.
Obrigado, Pelé. Por cada entrega, cada traço, cada tombo superado, e por tudo que representa para Uberaba.
(Antonio Carlos Prata)


sábado, 9 de agosto de 2025

O CASO DO FUMANCHU E O CHUVEIRO

José Estanislau de Jesus - Fumanchu. 
Foto de Acervo de Uberaba em Fotos.

Lá pelos idos de 1993, Fumanchu, figura famosa de Uberaba, ganhou um chuveiro de presente da permissionária Dona Irene Alves Santos, lá do Mercado Municipal.

Todo contente, chamou o Carlinhos do Racipesca: 

- Ô Carlinhos, instala esse chuveiro pra mim lá no meu barraco, atrás da biblioteca!

Carlinhos, gente boa, foi lá, instalou tudo direitinho, conectou os fios e foi embora.

Meia hora depois, lá vem o Fumanchu, descendo o morro da Santa Rita, esbravejando e nervoso:

-  Carliiinhos! Seu serviço não prestou! O chuveiro não esquenta.

Carlinhos, assustado, volta correndo, confere a conecção, olha o chuveiro, coça a cabeça e pergunta:

- Ué… cadê o padrão de energia?

E o Fumanchu, com a maior naturalidade do mundo:

-  Uai, não tem, não...

Carlinhos ficou em silêncio por uns 20 segundos.

Depois virou as costas e foi embora, descendo o morro devagarinho, sem dizer uma palavra.

Moral da história:

Fumanchu achou que chuveiro funcionava só na força do pensamento. (Antônio Carlos Prata)

A PADROEIRA NOSSA SENHORA DA ABADIA VISITA E ABENÇOA O MERCADO MUNICIPAL DE UBERABA


Lúcia de Carvalho de Fernandes Dias e Padre José Romualdo. Foto Antônio Carlos Prata.

Em um momento de profunda fé e emoção, o Mercado Municipal de Uberaba foi abençoado com a visita de Nossa Senhora da Abadia, Padroeira da cidade. Sua presença, carregada de espiritualidade e devoção, tocou o coração de comerciantes, clientes e trabalhadores do local. 
A visita faz parte das celebrações da Festa da Padroeira, tradicionalmente realizadas de 1º a 15 de agosto, quando fiéis de toda a cidade e região se reúnem para demonstrar sua fé e gratidão à Virgem Maria sob o título de Nossa Senhora da Abadia.

A imagem da Santa foi recebida com grande alegria no portão do Mercado Municipal por Lúcia de Carvalho de Fernandes Dias, que a recebeu das mãos do Padre José Romualdo, pároco da Igreja Nossa Senhora da Abadia. O momento, repleto de emoção, simbolizou a união da fé popular com a tradição religiosa, fortalecendo os laços da comunidade com sua protetora celestial. Em 08/08/25. (Antônio  Carlos Prata).

terça-feira, 5 de agosto de 2025

LAVOURA & COMÉRCIO - ONDE UBERABA SE ENCONTRAVA

A porta de madeira rangia ao abrir. Do lado de dentro, o ar trazia o cheiro quente da tinta recém-saída das rotativas misturado ao aroma forte do café vindo da copa.

Lavoura e Comércio. Foto: Pitty.


Ali, na Rua Vigário Silva, em frente ao imponente Hotel do Comércio, vizinho da Livraria ABC e do Bar 1001, onde Chico Xavier tomava seu café, funcionava o Lavoura & Comércio — um palco vivo de histórias.

Hoje, o prédio que abrigou o jornal é ocupado pela Lojas Americanas, mas a memória daquele lugar permanece viva no coração de Uberaba.

Na lateral esquerda, no parapeito da janela, havia um tabloide afixado com as principais notícias que seriam publicadas. Várias pessoas paravam ali, curiosas, para ler os primeiros títulos do dia, criando uma pequena roda de conversas e expectativas na calçada.

Assim que a edição saía das máquinas, era entregue aos jornaleiros, que já corriam pelas ruas com os jornais debaixo do braço.

Das calçadas à Praça Rui Barbosa, da Rua Arthur Machado a outros cantos movimentados da cidade, ecoava o grito inconfundível:

“Aêêoooô Lavoura! Aêêoooô Lavoura!”

E logo, a manchete do dia era anunciada em voz alta, prendendo a atenção de quem passava.

Dentro da redação, entre mesas cobertas de papéis e máquinas de escrever batucando sem descanso, diretores visionários davam o rumo, jornalistas corriam contra o tempo, repórteres saíam para as ruas em busca da notícia, fotógrafos armavam suas câmeras, e colaboradores mantinham tudo funcionando como um relógio.

Cada um, com sua função, tecia as páginas que contariam o dia de Uberaba.

E não eram apenas profissionais da imprensa que cruzavam aquela porta.

Por ali passaram artistas de olhar sonhador, escritores com cadernos gastos, atores trazendo no rosto as marcas do palco, jogadores de futebol com o cheiro da vitória, políticos e personalidades sedentos de espaço nas manchetes.

Todos sabiam: se queriam ser notícia em Uberaba, o caminho passava pelo Lavoura.

O povo repetia, com orgulho e certeza:

“Se o Lavoura não deu, em Uberaba não aconteceu.”

O jornal era a sala de visitas da cidade, lugar onde a vida se registrava para sempre.

As manchetes que nasciam ali cruzavam Minas, chegavam a outros estados e moldavam opiniões.

Por quase 104 anos ininterruptos, o Lavoura resistiu a crises, mudanças tecnológicas e transformações de época, interrompendo sua circulação apenas por dois dias — não por falta de coragem, mas por uma greve dos gráficos.

E então, no 27 de outubro de 2003, a última edição saiu.

As máquinas silenciaram.

Mas, para Uberaba, o Lavoura & Comércio não se calou.

Permanece vivo na memória dos que o fizeram acontecer — diretores, jornalistas, repórteres, fotógrafos e colaboradores — e de todos que tiveram a sorte de ler suas páginas.

Porque certos lugares não fecham as portas — eles se transformam em eternidade. (Antônio Carlos Prata)

SINUQUEIROS DE UBERABA ANTIGAMENTE

No início dos anos setenta, lembro que aos sábados pela tarde. Na velha rua Coronel Manoel Borges, bem no coração de Uberaba, funcionavam, a Sociedade Rural do Triângulo Mineiro, em frente a farmácia São Sebastião e Banco Comércio e Indústria, à direita, a Padaria Brasil — com suas roscas e pães de sal ainda quentinhos —, a Grutinha Santa Luiza, Nando Loterias, a Tabacaria Sumaré, o Bar do Mosquito, o Barros e Borges, farmácia Triângulo e a relojoaria, onde os ponteiros pareciam bater mais devagar, e, ao fundo, um vão discreto entre um casarão antigo. 

   Rua Cel.Manoel Borges.Foto colorizada İA.

Poucos notavam, mas quem morava ali sabia: era a entrada para um pequeno mundo de calçadas de paralelepípedos gastas e histórias longas. O chão guardava os passos de gerações inteiras, num corredor estreito onde funcionava à direita meio escondido sob uma marquise de zinco, o Manogra, não era só um salão de sinuca — era um ponto de encontro. Os mais jovens e velhos se reuniam ali para partidas demoradas, conversas baixas, piadas antigas e cafés amargos. Era lugar de apelidos, rivalidades amistosas e olhares demorados sobre jogadas precisas. Muitos iam só pra ver. Outros, para cortar caminho, aproveitavam a sombra fresca do corredor e o murmúrio constante das conversas.


Hoje, quem passa pela rua Cel.Manoel Borges talvez nem imagine o que havia por trás daquele casarão. As vitrines mudaram, os sons silenciaram, mas a memória permanece, viva e pulsante, entre as frestas do tempo. Porque ali, naquele pequeno vão, Uberaba respirava — e a rua, em sua rotina discreta, guardava o eco de tudo que já foi. F. (Antônio Carlos Prata)

HOMENAGEM AOS MENINOS JORNALEIROS DE UBERABA

Aêooooô Lavouraaa!


Jornaleiros do Lavoura e Comércio. Ano 1968  
Foto do Acervo de Uberaba em Fotos. 

Foto de 1968, do Acervo de Uberaba em Fotos, registrada na esquina da Rua Major Eustáquio com a Avenida Leopoldino de Oliveira, sobre a ponte.

O eco desse grito atravessava as tardes de Uberaba, vibrando pelas vozes firmes e potentes dos meninos jornaleiros. De passos ligeiros e mãos ágeis, eles espalhavam o Lavoura e Comércio por ruas, cafés e esquinas, levando-o direto ao coração e aos lares da cidade.

Fundado em 1899, o Lavoura e Comércio foi um dos pilares da imprensa no Triângulo Mineiro, mas sua chegada aos leitores dependia desses jovens trabalhadores, quase sempre esquecidos pela história. Muitos começaram cedo, trocando brinquedos pela luta diária nas ruas, enfrentando chuva, sol e o peso das responsabilidades.

Alguns descalços, outros de chinelos gastos, carregavam mais que jornais: levavam informação, esperança e o pulsar vivo de Uberaba. Suas vozes — mistura de infância e maturidade precoce — disputavam espaço com o barulho dos automóveis, fazendo vibrar cada esquina.

Hoje, ao recordar o chamado “Aêooooô Lavouraaa” que cortava o ar, celebramos a memória desses pequenos heróis da notícia — meninos que transformaram papel impresso em história viva

Este relato passa a ser parte dos registros de Coisas e Fatos Antigos de Uberaba. (Antônio Carlos Prata).

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

FUMANCHU - A VOZ QUE ECOAVA POR UBERABA

Quem viveu Uberaba nos anos 1970 e 1998, certamente lembra: era fim de tarde, o comércio fervilhando, e lá vinha ele pela calçada, passo tranquilo, bigode marcante, megafone na mão.

José Estanislau da Silva, Fumanchu.
Foto Acervo Uberaba em Fotos. 

— “Atenção, desportistas! Hoje no Uberabão, Uberaba e Nacional!”

A voz metálica atravessava quarteirões. Crianças riam, comerciantes acenavam, torcedores já se imaginavam na arquibancada. Era José Estanislau da Silva, mas ninguém o chamava assim. Para a cidade, ele era simplesmente Fumanchu.

Morava no bairro Estados Unidos, em um barracão simples na Rua Pedro Floro. Tinha coração manso e sorriso fácil, mas carregava consigo o peso de dois velhos companheiros: o cigarro e a bebida. Ainda assim, era querido e respeitado por todos.

Quando deixou o álcool de lado por um tempo, abriu um ponto para engraxar sapatos na Rua Coronel Manoel Borges, bem em frente à extinta Sociedade Rural do Triângulo Mineiro. Pano na mão, graxa na lata e conversa na ponta da língua, recebia clientes e amigos como quem recebe parentes.

O destino, porém, o fez vender o ponto para o amigo “Batata”. Com o dinheiro, voltou ao velho vício. Foi então que contou com o apoio de Jesus Mazano e Dr. Antônio José de Barros, que o encaminharam a um centro de recuperação.

Depois dessa fase, Fumanchu se reinventou. Passou a morar nos fundos da Biblioteca Municipal, onde cuidava do jardim com esmero. Plantava flores, árvores frutíferas e, junto ao seu inseparável cachorro Brinquinho, parecia finalmente em paz.

Fumanchu partiu em 18 de janeiro de 1998. Mas, para quem viveu sua época, basta fechar os olhos e é possível ouvi-lo outra vez:

— “Atenção, desportistas! Hoje no Uberabão, Uberaba e Nacional!”

E lá vai ele, caminhando entre as ruas da memória, anunciando para sempre o próximo jogo, como se a vida fosse uma eterna tarde de domingo no estádio Uberabão. (Antônio Carlos Prata).

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Uma Vida a Serviço da Comunidade: Doutor José de Souza Prata Origens e Formação


Doutor José de Souza Prata. 

 "A base sólida do conhecimento é o alicerce de toda grande obra."

Natural das ladeiras de Ouro Preto, filho de Carlos Simões Prata e de Maria Antônia de Souza Prata, José de Souza Prata formou-se pela renomada Faculdade de Direito da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro. Ao lado de sua esposa, Nadir Cruvinel Borges Prata, trilhou um caminho de dedicação e excelência que deixaria marcas indeléveis em Uberaba e no Triângulo Mineiro.

Carreira Jurídica

"Justiça não é somente um conceito, mas uma prática diária."

Sua carreira foi marcada pelo compromisso com a justiça e o bem-estar social: iniciou-se como Promotor de Justiça, Delegado e Juiz Municipal nas comarcas de Sacramento e Uberaba, sempre pautado pela ética, conhecimento profundo e uma consciência jurídica clara. Ao deixar a magistratura, abriu seu escritório de advocacia em Uberaba, conquistando o respeito e a admiração de colegas e clientes pela sua idoneidade moral e sólida cultura jurídica.

Educação e Formação

"Educar é plantar sementes para o futuro."

Além do Direito, dedicou-se ao ensino, tornando-se um dos pilares das faculdades de Direito do Triângulo Mineiro e de Franca (SP), lecionando com paixão e sendo um dos professores fundadores dessas instituições que formariam gerações futuras.

Liderança Comunitária

"A verdadeira liderança transforma vidas e constrói legados."

Foi presidente da Sociedade Rural do Triângulo Mineiro — atual ABCZ — no período de 1939 a 1941, sendo um de seus fundadores. Durante seu mandato, liderou a construção do emblemático Parque Doutor Fernando Costa, que se tornou sede definitiva da entidade e referência nacional na pecuária brasileira. Também foi responsável pela construção do edifício-sede na Rua Manoel Borges, que abrigou a instituição por muitos anos.

Foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção de Uberaba também entre 1939 e 1941, diretor do Jockey Club local em várias gestões e provedor da Santa Casa de Misericórdia, onde cuidou da saúde e do amparo social com igual zelo.

Voz na Imprensa

"Palavras são ferramentas para a construção do conhecimento e da cultura."

Na imprensa local, sua voz sagaz ecoou como comentarista e cronista, contribuindo para o enriquecimento cultural e o fortalecimento do espírito comunitário.

Legado Eterno

"O verdadeiro legado é aquele que inspira as futuras gerações."

José de Souza Prata faleceu em 19 de julho de 1962, mas seu legado permanece vivo no coração da cidade que ajudou a edificar. Como homenagem eterna, uma rua localizada no bairro Parque das Américas, em Uberaba, leva seu nome: Rua Doutor José de Souza Prata.

terça-feira, 8 de julho de 2025

VELHA RODOVIÁRIA DE UBERABA FOI O PONTO DE ENCONTROS E DESTINOS DE UM POVO

31/07/1945 – É entregue no mês a primeira Rodoviária de Uberaba, na Praça da Bandeira (futura Praça Dr. Jorge Frange), no coração do bairro São Benedito, onde o tempo parece sussurrar histórias pelas ruas, um local em especial guarda memórias e emoções, que transcendem gerações: a "Rodoviária Velha". Ela pode não ter mais o burburinho diário de ônibus partindo e chegando, mas, seu significado vai muito além de um mero terminal. 

Foto colorizada IA. 

Para muitos uberabenses, a Rodoviária Velha, foi a porta de entrada e saída para um mundo de possibilidades. Ali, entre o cheiro de diesel e a agitação dos embarques, pais se despediam de filhos, que partiam em busca de sonhos, amantes trocavam olhares prometendo reencontros e migrantes levavam consigo a esperança de uma vida melhor. Quantas alegrias de reencontros calorosos foram testemunhadas por suas paredes? Quantas lágrimas de despedidas, carregadas de saudade, escorreram em seus bancos? 

Mais do que um ponto de trânsito, a Rodoviária Velha foi um verdadeiro palco de histórias humanas. Cada bilhete comprado, cada mala despachada, cada abraço apertado representava um capítulo na vida de alguém. Era o lugar onde as notícias da cidade grande chegavam, onde a modernidade batia à porta e onde a identidade de Uberaba se conectava com o restante do país. 

Hoje, demolida, a Rodoviária Velha permanece como um elo com o passado, um lembrete vívido de um tempo em que as viagens eram mais que deslocamentos geográficos; eram jornadas de vida, repletas de expectativas e emoções. Ela continua a ser um símbolo de memória afetiva para o povo de Uberaba, um lugar onde a história da cidade e de seus habitantes se entrelaça em uma narrativa de partidas, chegadas e, acima de tudo, de um profundo senso de comunidade. 

Após alguns anos o velho terminal não tinha mais capacidade para atender a demanda. Uma nova rodoviária foi construida no mesmo bairro, na praça Dr. Carlos Terra e inaugurada em 22 de setembro de 1972. Foto colorizada IA. (Antônio Carlos Prata).

quarta-feira, 2 de julho de 2025

*A partir desta quinta interdições de trânsito para gravação de longa-metragem serão no período noturno*

A Prefeitura de Uberaba informa que, a partir desta quinta-feira (3), as interdições de trânsito programadas para as gravações do filme “Nicole: primeira fome” ocorrerão somente no período noturno. A produtora Technoscope Films, responsável pelo longa-metragem, tem cronograma de gravações na cidade até o dia 18 de julho. 




10h50 Atualizado há 2 semanas





















As gravações de Nicole começam em junho; o lançamento está previsto para 2026 — Foto: Divulgação

O produtor executivo Ricardo Tilim explicou que por se tratar de uma história de vampiros, a maior parte das cenas serão filmadas à noite. “Tivemos apenas três dias de gravação no período diurno nesta semana e, a partir de quinta-feira, todas as filmagens serão noturnas. Pedimos a compreensão da população neste período, pois a interdição de trânsito é necessária para o deslocamento e montagem de equipamentos, e ainda a circulação da equipe audiovisual e elenco do filme”, contou. Ele ressaltou que “Nicole: primeira fome” é a maior produção já filmada em Uberaba, com o envolvimento de cerca de 150 profissionais, de vários estados brasileiros. 

As interdições de trânsito temporárias estão sendo monitoradas pela Secretaria de Defesa Social (SDS). Os moradores das ruas interditadas permanecem com acesso livre para o estacionamento ou retirada de veículos. O transporte coletivo também permanece com circulação normal, informou a pasta.


Confira o cronograma de fechamento/vias e horários:


03/07 - Fechamento no entorno da Praça Santa Teresinha, da Rua Aristides Borges, Rua Ricardo Misson, Rua Álvares Cabral e Rua Tiradentes, das 18h30 às 5h.


03/07 e 04/07 - Rua Segismundo Mendes, fechamento para veículos em geral, exceto transporte coletivo e moradores, no trecho entre a Avenida Presidente Vargas e a Rua Lauro Borges, das 21h às 5h. 


13/07 a 18/07 - Rua Tristão de Castro, fechamento para veículos em geral, exceto transporte coletivo e moradores, no trecho entre a Rua São Sebastião e a Travessa Domingos Paraíso, das 19h às 5h. 


Produção – Com direção de Jotagá Crema, um dos diretores e roteiristas da aclamada série 3%, da Netflix, o filme “Nicole: primeira fome” é inspirado nos melhores clássicos de vampiro. O roteiro de ficção, que levou quase dois anos para ser finalizado, foi o vencedor do edital estadual de longas-metragens da Lei Paulo Gustavo. 

“A cidade é bem preservada, tem identidade e está nos recebendo muito bem. A produção conta com profissionais excelentes do mercado audiovisual, que estão juntos em Uberaba para fazer um filme especial. A intenção é mostrar uma história de vampiro, com personagens profundos, de uma forma original e com características de terror, e que gere orgulho para os fãs desse gênero e para a população da cidade”, explicou o diretor Jotagá.

*Assessoria de Comunicação Technoscope Films/Secretaria Especial de Comunicação – 02/07/25*

terça-feira, 1 de julho de 2025

"Homenagem ao Pelé do Mercado Municipal"

Por iniciativa do presidente Lourival Ferreira da Costa, a CDL Uberaba (Câmara de Dirigentes Lojistas), por meio do Museu do Comércio Fulvio Ferreira, prestou uma merecida homenagem a Benedito Sebastião de Souza Coelho, ou Pelé do Mercadão — figura icônica do nosso comércio local. Ele chega aos 75 anos de idade, dos quais 60 dedicados ao trabalho exemplar e reconhecido plenamente. 


Benedito Sebastião de Souza
 Coelho/ Foto Reprodução. 

Pelé iniciou suas atividades em 1965, ao identificar uma oportunidade em um serviço ainda raro entre as bancas do Mercado: as entregas. Com visão empreendedora, antecipou-se às necessidades do público e aplicou, de forma intuitiva, os princípios que hoje reconhecemos nas startups — identificando “dores” do mercado e validando soluções com eficiência.

A cerimônia foi realizada nesta terça-feira, dia 24 de junho, às 17h, nas dependências do Museu do Comércio Fulvio Ferreira, na sede da CDL Uberaba, na Rua Luiz Soares, 520, Vila Olímpica. O local faz parte do Geoparque Uberaba e foi escolhido por sua representatividade histórica, turística e comercial — assim como o Mercadão, onde Pelé construiu sua trajetória. (CDL).

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Pelos 200 anos de falecimento de Tristão de Castro

A “Fabrica da Matriz de Santo Antônio e São Sebastião”, pelo seu fabriqueiro, o benemérito Monsenhor Inácio Xavier da Silva, representada pelo Dr. Felício Buarque de Macedo, intentou, em Outubro de 1909, uma ação de reinvindicação contra a Câmara Municipal, pretendendo as terras da doação de TRISTÃO de CASTRO. Doação essa sabida pelo Marquez de São João da Palma, governador da “província de Goyáz” e outorgada por Dom João VI, em 13 de faveiro de 1811, sendo umas das datas do aniversário da cidade de Uberaba, discutido no futuro.

Imagem: foto meramente ilustrativa, editada
 por Guido Bilharinho.

A Câmara, tendo como Agente Executivo Dr. Felipe Aché e como advogados o Cel. Antônio Cesário da Silva e Oliveira, Mário de Mendonça Bueno de Azevedo e Dr. Antônio Garcia Adjuto, contestou os pretendidos direitos da Matriz. Em 6 de março de 1911, a causa, que apaixonará toda a população, foi julgada procedente por sentença do Dr. José Júlio de Freitas Coutinho, no impedimento do Juiz de Direito Dr. Epaminondas bandeira de Melo, sendo condenada a Câmara Municipal.

Mas, a Câmara apelou dessa sentença (Apelação nº 2.912) e por Acórdão de 4 de fevereiro de 1914, o Tribunal da Relação de Minas julgou a ação improcedente e vitoriosa à Câmara Municipal.

Essa causa, avaliada em “5000$00 Conto de Réis”, deu lugar a numerosas e necessárias publicações sobre o início da história de Uberaba, entre as quais dois luminosos trabalhos do Dr. Antônio Garcia Adjuto, dois outros do Dr. Josée Felício Buarque de Macedo e um dos doutores Alexandre de Souza Barbosa e Silvério José Bernardes, intitulado a “Estrada do Anhangüéra”.

A proposta dessa questão, o Dr. Hildebrando Pontes, em magnifico artigo publicado no jornal o “O Triângulo, de Araguari, escreveu:

Os nomes de TRISTÃO de CASTRO e sua mulher Dona FRUTUOSA RODRIGUES PIRES, como DOADORES do Patrimônio da Igreja Matriz de Uberaba, em 1812, quando aqui apenas havia uma aldeia de índios e a povoação de civilizados só se fundara em 1817, não podem figurar por absurdo. Esses nomes entram na questão como Pilatos no Credo. Mas, nem por isso, se deve pensar em tirar da Rua Tristão de Castro este nome, porque, sem o saber nem o querer, dera ele motivo à reunião da maior cópia possível de documentos para a História de Uberaba.”

O Tristão e sua esposa, Frutuosa, são daqueles personagens históricos, que mesmo tenha sido fundamental para início de empreitadas ou pioneirismo, pouca coisa se sabe, informações perdidas na bruma dos séculos.

Segundo Hildebrando Pontes, em à História de Uberaba e a Civilização no Brasil Central, Tristão de Castro Guimarães, natural de Ouro Preto –MG, onde nasceu em meados de 1745, foi dos primeiros habitantes da região da Farinha Podre, estabelecendo-se como propriedade rural às margens do Lajeado dos Ribeiros, cerca de dez quilômetros a nordeste da Uberaba atual, dedicando-se ao cultivo da terra e à criação de gado.

Conforme senso de 1855, realizado pelo Tenente Coronel Antônio Borges de Sampaio e Professor Manoel Garcia da Rosa Terra, registraram o nome RUA do AZAGAYA, sendo alterada apenas em 1896 em homenagem o cidadão benemérito. 

Nas vésperas dos 24 de junho de 2025, ao assinalar os 200 anos da memória de seu falecimento em 24 de junho de 1825, sepultado no inexistente cemitério São Miguel, nota-se a ausência de iniciativa dos responsáveis do Arquivo Público e Câmara Municipal, realizar estudos e conscientizar a importância histórica da Rua Tristão de Castro, para o desenvolvimento comercial

Rua essa que foi ofertada para Matriz, 1 légua em forma de quadro, e que depois servil de via para interação da saída de Uberaba aos sertões das “províncias do Goyás e Mato Grosso”, além da expansão da cidade para a antiga praça Dr. Adjunto, que foi tomada para instalação da Têxtil Triângulo e hoje se notabiliza pela instalação de novos comércios.

Fonte: GUIDO, Bilharinho. Personalidades Uberabenses. Uberaba; CNEC, 2014

Anuário de Minas Gerais - Bello Horizonte, 1906. Ano I. Escritura do Tristão de Castro e doação. 


sexta-feira, 20 de junho de 2025

SALÃO DO GENERAL, FAZ BARBA E CABELO LEGAL"

Este foi o Salão do General que existiu na década de 1970, na rua Quintiliano Jardim, centro, em frente a Embratel, de propriedade do Sr. Domingos Caparelli Maiolino, conhecido como General Barbeiro, falecido em 01/08/1993.

Foto de acervo de Uberaba em Fotos.

Na barbearia  havia quatro cadeiras - ainda de madeira - e ele trabalhava junto com seu filho Natal Rafael, Miltinho, Antônio, Waltinho e Naldo Lira, engraxate. Em frente às cadeiras, a mesa com espelhos de forma retangular e em cima dela a máquina de cortar o cabelo,  a navalha para fazer o pé do cabelo, a  tesoura, o pente que era de casco de tartaruga, o vidro com água e o talco. Para os que faziam a barba era usada a loção, que era borrifada com uma bombinha de borracha e o pincel de pelo de porco legítimo, e usava ainda o “leite de rosas” ou “leite de colônia” pós barba e a pedra hume. Tinha ainda o avental para o cliente e o do barbeiro.

O "seu" Domingos trabalhou no mesmo ponto por várias décadas. Hoje os barbeiros foram sendo gradualmente substituídos pelos cabeleireiros e as novas técnicas. Dessa classe, poucos restaram, mantendo um pequeno público fiel. 

(Antônio Carlos Prata)

quinta-feira, 19 de junho de 2025

O HOMEM INVISÍVEL

Dele pouco se tem informações, muito embora seja uma figura importante na história local sequer sabemos se seus pais tinham origem europeia ou africana. Natural de Coromandel, MG, onde nasceu em 1823, filho de Zózimo de Moura e de Joaquina da Conceição, ele mudou-se para Uberaba em 1860, vindo de Franca, SP, aqui passando a exercer relevante atividade empresarial e social. Tendo por atividade principal próspera tenda de ferreiro onde produzia foices, machados, enxadas e ferragens para carros de boi, ele também atuou nos ramos escolar e da hotelaria.

Imagem: foto meramente ilustrativa,
 por Moacir Silveira editada, tendo por fundo
 registro iconográfico da Comissão Cruls.

Sua tenda de ferreiro ficava no alto do morro da onça, hoje Praça Sta. Terezinha, onde ele foi seu primeiro morador. Na ampla área chegavam e saiam mercadorias destinadas ao comércio local e região norte do país. Ali, bem defronte ao seu estabelecimento, ficavam estacionados os carroções de boi carregados com açúcar, sal, querosene e utensílios domésticos.

Cinco anos após sua chegada, em 1865, por ocasião da passagem das tropas em direção à Guerra do Paraguai, a cidade se viu assolada por sério surto de varíola, com as dependências do Hospital da Misericórdia lotadas de bexiguentos, contando com apenas dois médicos, ele, sem hesitar, se dispõe a abrigar doentes em seu hotel.

Demais disso, como homem diletante e despreendido nada cobrava para ensinar a ler e escrever, bem como a arte de ferreiro, pelas escolas da cidade.

Por ser um autêntico liberal foi espancado publicamente, em 1887, por adversários políticos apenas “por ter dito que dois chefes conservadores, negociantes, estavam quebrados.”

O seu nome era Fabrício José de Moura Marinho, que viria a morrer em 1895, aos 72 anos de idade, sendo só o que dele se sabe, não restando qualquer imagem, registro ou maiores informações a justificar os motivos pelos quais ser ele o único personagem da história local a identificar importante área da região central, ou seja, o Bairro do Fabrício, em decisão oficial da Câmara Municipal, realizada oito antes de seu falecimento.

Até que dele se encontre alguma imagem e para que não figure como homem invisível relegado aos limbos da história é que faço esse singelo registro para os anais de Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.

Moacir Silveira


Fontes: - Arquivo Público de Uberaba; - Diário de Uberaba, de Marcelo Prata, (Vol. I, páginas 306, 531, 579, 580 e 762);

- Site Genea Minas e recorte do Jornal do Comécio, do RJ, com nota de falecimento enviada pelo correspondente local Antônio Borges Sampaio (ambos gentilmente enviados pelo historiador André Borges Lopes.



domingo, 15 de junho de 2025

Nota de Pesar pelo falecimento do Dr. João Gilberto Rodrigues da Cunha

É com imensa tristeza que comunico o falecimento do Dr. João Gilberto Rodrigues da Cunha, um profissional ímpar que marcou sua trajetória pela excelência na Medicina e pela dedicação exemplar à sociedade uberabense.

                 Dr. João Gilberto Rodrigues da Cunha.
                                        Reprodução. 

Além de médico, foi sócio da Casa de Saúde José, empresário, escritor, articulador do Jornal da Manhã e agropecuarista reconhecido internacionalmente por seu trabalho de seleção da raça zebu, foi três vezes presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (1972/74 e 1986/90).

Como médico e professor, Dr. Gilberto foi uma referência, entregando-se com competência e humanidade ao cuidado de seus pacientes e alunos. Como pai, foi um exemplo de amor e dedicação, um verdadeiro alicerce para sua família.

Sua atuação no Conselho Regional de Medicina de Uberaba também merece destaque especial. Dr. João exerceu com brilhantismo o papel de conselheiro, sempre defendendo a ética médica, a qualidade do atendimento à saúde e o fortalecimento da classe médica. Seu compromisso incansável com os valores que regem a profissão deixa um legado que continuará a inspirar a todos nós.

Neste momento de profunda consternação, manifestamos nossas mais sinceras condolências à sua família, amigos e colegas. Que a memória de sua vida e obra nos conforte e inspire a continuar trilhando o caminho da excelência e do respeito pela Medicina. 

O corpo será velado no Salão Nobre da ABCZ,  a partir das 12h de hoje (15/06) e o cortejo será às 17h, chegada ao cemitério São João Batista, às 17h30.

Antônio Carlos Prata 

quarta-feira, 14 de maio de 2025

MÉDIUM DIVALDO FRANCO MORRE AOS 98 ANOS

Morreu em Salvador, na noite desta terça-feira (13), o líder religioso Dilvado Franco.
Divaldo lutava contra um câncer na bexiga desde novembro do ano passado e, nesta noite, teve falência múltipla dos órgãos, segundo a assessoria do Centro Espírita Mansão do Caminho, entidade representada por Divaldo.

          Divaldo Franco. Foto/ Reprodução.

O velório será realizado nesta quarta (14), no Ginásio da Mansão do Caminho, na capital baiana, das 9h às 20h. Já o sepultamento ocorrerá na quinta-feira (15), às 10h, no Cemitério Bosque da Paz.

Conhecido como embaixador da paz no mundo, Divaldo foi responsável por mais de 20 mil conferências, realizadas em mais de 2.500 cidades e 71 países.
Nascido em 5 de maio de 1927, em Feira de Santana, na Bahia, o líder religioso se tornou um dos maiores oradores espíritas da atualidade e se destacou pelo forte dedicação às causas humanitárias.

sexta-feira, 2 de maio de 2025

RELEMBRANDO OS CARNAVAIS DE OUTRORA EM UBERABA

No Carnaval, à noite, os foliões se dirigiam aos clubes: Tênis Clube, Jóquei Clube, Sírio Libanês, Elite Clube, Associação Esportiva e Cultural.

Foliões. Foto autoria desconhecida. 

O clube, com suas ornamentações, do teto ao chão, onde as noitadas de folia, sempre começavam às 22 horas e adentrava à madrugada. No palco, os músicos da orquestra, tocando músicas marchinhas e, às vezes, eles faziam coreografias com movimentos prá lá e prá cá. As músicas, que fizeram sucesso nos carnavais do Brasil, nos anos 60 e 70: Ô Abre Alas; Mamãe Eu quero; Aurora; Allha-Lá-Ô; Balancê; Me Dá um dinheiro aí; A Jardineira; Cachaça; Saca Rolha; Chiquita Bacana e tantas outras mais. 

No período da tarde, via-se um grande número de famílias e foliões, nas principais vias da área central.  Com seus blocos de rua, escolas de samba, desfiles de carros, entre outras manifestações, fazendo a festa carnavalesca como um todo. A Escola de Samba Bambas do Fabrício, se destacava mais entre outras e, também, a Escola de Samba Abadia, Grêmio. O bloco de rua mais famoso de Uberaba, era a “ Banda da Maria Girisa ”. Quem não se lembra do lança perfume? Já fiquei “zonzim” (tonto) com o lança perfume embebecido no lenço. Neste momento, eu via a Praça Rui Barbosa bem pequenina. No corso, os motoristas retiravam o cano de escape dos veículos e o barulho era insuportável. Fazia o contorno na praça e voltava pela rua Arthur Machado, ia até a avenida Fidélis e retornava na mesma via. No trajeto havia um pessoal que jogava urina.

Infelizmente, sempre tem alguém  no meio das pessoas que se divertem, que são mal caráter, e se revelam, ultrapassam o limite, do comportamento. (Antônio Carlos Prata).

quinta-feira, 1 de maio de 2025

NO PARQUE FERNANDO COSTA, NOS ANOS SESSENTA EM UBERABA

Parques de diversões, sempre foram grandes atrações na Exposição. A chegada deles em Uberaba, nos anos sessenta, me faz lembrar dos caminhões desses parques, carregados de brinquedos, a exemplo dos carrosséis; ou dos carrinhos de bate-bate. Da emblemática roda-gigante – às vezes nem tão gigante assim – ao variado cardápio de guloseimas, que inclui pipocas coloridas, cachorros-quentes, maçãs do amor, quebra-queixos e o chocolate conquistado na pontaria, o trem assombrado; as canoas que subiam e desciam no vai e vem; os carros bate-bate; o capitão Tony, no globo da morte, os aviões, que giravam e faziam o som de aviões de verdade, mas sem causar acidente e, que era a atração principal. Os rodeios marcados por competições emocionantes, como a montaria em touros e cavalos.

Interior do Parque Fernando Costa.
 Foto Antônio Carlos Prata.

Nós (a meninada), corríamos para o Parque Fernando Costa, Bairro São Benedito, para ver o descarregamento e, em seguida, observar o trabalho dos empregados, montando os brinquedos, mas, o que mais chamava a atenção, era a montagem da roda gigante. A roda gigante, com aquela armação de ferro sustentada por centenas e centenas de parafusos pequenos, médios e grandes, cabos de aço, com cadeiras pintadas de várias cores, uma cor para cada cadeira, tudo isso sustentado por macacos hidráulicos. Tinha ainda, as barracas do tiro ao alvo, onde se ganhava pequenos brindes, para quem derrubasse o patinho amarelo, que passava bem devagarzinho, por cima de um tablado; o jogo de argolas, entre outros. Para os adolescentes – rapazes e moças - com hormônios à flor da pele, era a oportunidade da primeira namorada, que poderia vir através dos recados das difusoras do parque e das músicas apaixonadas dos cantores da Jovem Guarda - Wanderley Cardoso, Jerry Adriane, Roberto Carlos, Wanderleya, Renato & Seus Blue Caps, Os Incríveis, os Golden Boys e tantos outros. Lembro-me, quando a roda gigante parava, para alguém descer ou embarcar, os casais, que estavam nas cadeiras lá no alto, ficavam naquele amasso. 

Havia, também, na área externa, os vendedores ambulantes de: churros, de amendoim torrado, de pastéis, e outras guloseimas a exemplo da pipoca do seu “Nicanor”, um senhor magro, baixo  e muito sério, era a preferida dos jovens. Em 30 de abril de 2025. Às 22h. (Antônio Carlos Prata).

terça-feira, 15 de abril de 2025

UM MARCO HISTÓRICO PARA O HOSPITAL HÉLIO ANGOTTI EM UBERABA

Chegou ao Hospital Hélio Angotti, na manhã deste domingo (30/3), o equipamento que possibilitará a realização dos exames de ressonância, o Primeiro PET Scan do oeste mineiro para atender pacientes do SUS, na região do Oeste do Estado, no Hospital.


 PET Scan - Vídeo Antônio Carlos Prata

"Trata-se de um dos mais notáveis avanços científicos das últimas décadas. O equipamento é capaz de captar as imagens do corpo inteiro em 30 minutos, o que facilita detectar precocemente e localizar, com precisão, de modo não invasivo, tumores malignos de pequenas dimensões e suas metástases. O PET Scan é um exame de diagnóstico diferente dos demais exames de imagem, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, por exemplo. Isso porque permite visualizar os problemas em nível celular através da emissão de radiação, ou seja, é capaz de verificar a atividade metabólica das células, identificando o câncer precocemente."
Para descarregar o equipamento no Hospital, foi montado esquema especial que envolveu cerca de 20 profissionais. Em 30/03/2025, às 11h55. (Antônio Carlos Prata)

quarta-feira, 9 de abril de 2025

DORALICE KABULESKI, A LENDÁRIA "DORA"

“Me arruma cinquenta conto pra mim comprar uma bolacha, gravo um vídeo ou deixo tirar uma foto se vocês quiserem."

Doralice Kabuleski. Foto: Antônio Carlos Prata.

 Essa é a abordagem de Doralice Kabuleski, a nossa lendária e carinhosa "Dora Doida", por onde anda nos quatro cantos da cidade.

Figura muito lembrada e amada. Faz parte da nossa história! 

Amizade tem inúmeras, lábia pra conseguir uns contos pra poder comprar algum cosmético de beleza, tem mais ainda, como uma auto defesa de um bom jogador, já chega articulando, pois sabe que a vida para eles é um jogo que precisa ser vencido todos os dias.

Um grande acontecimento na vida de Doralice foi seu casamento em 30 de agosto de 1979, na Paróquia Nossa Senhora da Abadia, foi com um rapaz chamado Carlito Inácio. A festa foi totalmente patrocinada por amigos e pessoas que queriam garantir a ela a dignidade de amar.

De lá pra cá, mesmo com o uso do medicamento diário e os cuidados necessários como boa alimentação.

Mesmo colocando as coisas que não são corretas na vida dela, ainda assim, é uma pessoa alegre, comunicativa e muito inteligente.

Tentativas de internações para tratamento sempre foram frustradas, até entenderem que a terapia para a vida dela era as ruas.

Sua companhia é a melhor que tem pra ela mesmo.

Sua caminhada representa muitos irmãos das estrelas e são muitos os que serão tocados pela luz no seu caminho.

Andarilha de paisagens precárias do sentimento guardado a sete chaves, não fotografável, nem desvendável em câmaras escuras em secretas torturas da vida e da mente.

Quando atravessa a esquina o olhar como que escapa da realidade, lá vai uma casa e alma ambulante de mantas panos mantras delirantes que acaso brotam em seu murmúrio.

No tilintar das moedas, mais um conto, outra rápida técnica, para tentar convencer que a moeda que pra ti não vale nada, pra ela tem todo valor.

Assim segue andando, como todo andarilho por sina, a passos rápidos para chegar a lugar algum.

Prestes a completar 89 anos no próximo dia 30/09. 

Criada com todas as dificuldades da sua época, Foi onde através do seu comportamento, descoberto uma deficiência mental que aumentariam as sequelas na sequência da vida.

Hoje a Dora está aposentada bem mais gordinha, (fofinha). Muito bem cuidada e morando no Lar André Luíz (Chico Xavier) desde 2013.

Essa é Doralice Kabuleski popular "Dora Doida", mais uma figura popular de Uberaba. (Antônio Carlos Prata).

sábado, 5 de abril de 2025

PELAS RUAS EM UBERABA

Hoje passando pela rua Artur Machado, "Calçadão", vejo uma garota ambulante, toda simpática e sorridente. Lidar com pessoas nunca é uma tarefa fácil, porque envolve sentimentos, vivências, expectativas e muito mais. Não é apenas vender produtos, é lidar com pessoas, buscar compreender o cliente e atender da melhor forma possível. 

 
  Priscila Carvalho de Almeida.
Foto Antônio Carlos Prata.

Não é apenas sobre o produto, é sobre confiança, relacionamento e conquista.

Um docinho, um sonho, um brigadeiro, trufas não mata ninguém, muito pelo contrário, nos faz renascer, adoça a alma e nos enche de alegria, renova o dia por mais difícil que ele esteja sendo.

Na vida, uns colocam desculpas, outros pretextos, a maioria chama de falta de oportunidades, outros, bom, outros poucos fazem a vida acontecer.

Priscila Carvalho de Almeida, 35 anos, natural de Uberaba. Há oito anos, faz da sua rotina vários cenários diferente nas ruas da nossa cidade.

Não considera trabalhar nas ruas uma sobrecarga, mas por escolha própria e é muito feliz com sua profissão, a de adoçar vidas, almas e sonhos.

“A maior dificuldade no dia a dia é preconceito que as pessoas têm, muitos olham com desprezo, sem saber que por trás daquele produto existe muito esforço, dedicação de tempo, e amor.

O melhor das vendas na rua, além do lucro, é ver o quanto as pessoas se sentem satisfeitas com o meu produto, ver o sorriso no rosto de cada um, e a amizade que a gente cria." Diz Priscila.

O sonho de Priscila futuramente é expandir os negócios para que mais pessoas conheçam a Caseirinhas trufas e brigadeiros artesanais. Todos feitos por ela.

⁠A luta dos vendedores nunca acaba!

E só temos a agradecer, por terem pessoas assim que levam além do progresso local, carregam consigo a expectativa não apenas de vender, mas de encontrar pessoas que sorriem, que sejam gratas e que estejam com olhos atentos pra entender que, cada leva consigo sonhos e esperança, assim como quem está do outro lado na condição de cliente.

Ajude a fortalecer o lindo e saboroso trabalho da Priscila, suas trufas recheadas são simplesmente surreal, tudo preparado com muito carinho.

São mulheres que as vezes estão no anonimato, mas que são de suma importância na sociedade.


Esse é mais um exemplo de quem quer, vai atrás e faz acontecer!

Quando Priscila visitar sua loja, sua casa ou seu trabalho, já sabe que vale a pena investir e sorrir com quem não vê dificuldades de levar sorrisos, palavras e chocolate pra adoçar seu dia. Em 05/04/2025, às 10h50. ( Foto Antônio Carlos Prata)



sexta-feira, 4 de abril de 2025

Morreu hoje (26/03) Davi Augusto, radialista e narrador esportivo em Uberaba

Faleceu nesta quarta-feira (26) David Augusto Paschoalini aos 76 anos, ex-narrador esportivo da RádioJM e figura emblemática do rádio #uberabense. Com uma trajetória marcada pela paixão pelo esporte, David deixa um legado de dedicação e profissionalismo na comunicação.


DaviAugusto Davi Augusto Paschoalini. Foto/Uberaba em Fotos.

David Augusto iniciou sua carreira no extinto jornal Lavoura e Comércio, posteriormente, migrou para a antiga Rádio PRE-5, hoje conhecida como Rádio Sociedade, onde deu os primeiros passos na profissão de radialista. Com uma voz marcante e narrativa envolvente, destacou-se na cobertura esportiva, tornando-se referência para colegas e ouvintes.

O Uberaba em Fotos expressa solidariedade à família e aos amigos neste momento de dor e luto, reconhecendo a importância de David Augusto para a história do rádio e do jornalismo esportivo em Uberaba. Seu trabalho e sua dedicação permanecerão na memória de todos que acompanharam sua trajetória. 

quinta-feira, 3 de abril de 2025

OBRA GIGANTESCA

A recém lançada revista Diário de Uberaba, de autoria do médico uberabense Marcelo Prata, constitui monumental obra de consulta, disponibilizada graciosamente, a todos que queiram conhecer a rica história desta cidade. Essa gigantesca obra exigiu do autor enorme esforço, disciplina e persistência ao longo de mais de 30 anos, redundando em mais de onze mil páginas distribuídas pelos seus dezenove volumes.

Marcelo Prata. Diário de Uberaba. 

Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1957, com especialização em Endocrinologia e Metabologia pela AMB, em 1972, ele ali atuou como médico durante mais de 40 anos. Além dessa atuação foi também professor universitário, funcionário público e fazendeiro.

Marcelo Prata nasceu em 1932, na Rua João Pinheiro, em Uberaba. Foi aluno do então Ginásio Diocesano até a conclusão do curso científico, em 1950.

Além do laborioso exercício da medicina dedicou-se às letras, tendo lançado mais de dez títulos entre os anos de 1975 e 1986.

Tamanha é a importância da edição da revista Diário de Uberaba que encaminhei ao Arquivo Público de Uberaba sugestão para sua digitalização e indexação geral, de tal forma a permitir a busca por qualquer termo, nome, data ou tema, assim permitindo ao usuário um fácil acesso ao objeto de seu maior interesse.

A gigantesca grandeza dessa obra nos dá a exata dimensão da nobreza de seu autor, pois, como bem disse Charles Chaplin:

“Não se mede o valor de um homem pelas suas roupas ou pelos bens que possui, o verdadeiro valor do homem é o seu caráter, suas ideias e a nobreza dos seus ideais.”

E é por isso que Marcelo Prata dos Santos merece todo o nosso reconhecimento e a figurar com louvor nos anais de Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.

Moacir Silveira

OBS: para ter acesso a todos os dezenove volumes do Diário de Uberaba basta clicar https://diariouberabense.blogspot.com/?m=1

terça-feira, 1 de abril de 2025

DUAS DAS FIGURAS MAIS POPULARES DO CENTRO DE UBERABA

O brilho das ruas não é mais o mesmo.

"Maninho" e Izac. 
Foto Antônio Carlos Prata 

A medida em que nossas figuras vão partindo, um pouquinho da nossa essência e história vai partindo também. Toda cidade é feita de empreendimentos, projetos, arquitetura, ambição e correria, mas no final das contas, o que entra pra história são as memórias e lembranças das pessoas que viveram na contra mão dessa loucura chamado mundo, aliás, viveram o seu mundo, fizeram o seu espaço. Não saberemos jamais se escolheram seus caminhos, ou se os caminhos escolheram vocês. Por ironia do destino, vocês Luiz Sérgio de Minas Caetano (★23/11/1958) - (✚ 12/06/2019),  o "Maninho" e seu amigo inseparável Izac Adriano de Paula (★31 07/56) - (✚ 21/10/2023) foram continuam sendo e serão eternamente lembrados em nossa cidade.  Onde estiverem, descansem em paz Luiz "Maninho" e Isac Adriano de Paula.   (Antônio Carlos Prata)

BARES QUE FIZERAM SUCESSO NO PASSADO EM UBERABA

Interior do Bar da Viúva. Foto: Acervo de Uberaba em Fotos. 

Se fala muito com relação a memória de nossa cidade, o Bar da Viúva é um exemplo que jamais poderia ter desaparecido, como também o Bar do Mosquito, na rua Cel Manoel Borges, o restaurante Tabu, na praça Frei Eugênio, restaurante Catetinho, na Br-050, Bar do Antero,  na esquina das ruas Padre Zeferino com Martim Francisco, o restaurante 3 Coroas, restaurante Chaparral, na esquina das ruas Padre Zeferino com Pires de Campos, o restaurante do Pulenta,  na esquina das ruas Padre Zeferino com  João Pinheiro,  Bar Pantera, na rua José de Alencar, Bar do Yassu, na rua Tristão  de Castro, o Bar do Dica, na avenida Fernando Costa, o Bar 1001, Bar Ana Rosa, Café Real, Café da Praça, na praça Rui Barbosa, o Buraco da Onça, Tipo Top, o restaurante Galo de Ouro, Barril Choperia, Guarani, Bar Eldorado na  avenida Leopoldino de Oliveira, Bar Mil Réis,  na praça Manoel Terra, Bar Cacique, na rua Padre Zeferino, e a churrascaria Itararé, na rua Major Eustáquio. Toda a vez que vejo esta foto do Bar da Viúva, me recordo da fama que tinha a pizza. Hoje só resta a mania nossa de recordar locais que marcaram época e que não deveriam ter sido desativados. Tão. Antônio Carlos Prata

"SÃO BENTO", ERA COMO O CHAMAVA CARINHOSAMENTE

Nas décadas de 1970 e 1980, sempre que passava no cruzamento das avenidas Cambuquira, hoje Cel. Joaquim de Oliveira Prata e Fernando Costa. Notava este senhor sentado na calçada da Revendedora Ford ou nos trilhos desativados, da Rede Mineira. Isso, as pessoas passaram a chamá-lo de "São Bento", enigma. 

"São Bento". Foto Antônio Carlos Prata.

Era querido dos comerciantes do bairro São Benedito e por frequentadores de Bares. Dica e Julinho, (pai e filho). Tinha um cacoete. Um gorro de crochê na cabeça. Sacudia a cabeça, sentava e cruzava as pernas, e dava uma olhada com olhos vermelhos. Muitos o consideravam louco, outros uma pessoa dócil, outros motorista da viação São Bento. Servidor público aposentado, vivia andando nas rodovias. Com pés inchados de tanto andar. Consideravam-no um maníaco. Mal trajado, não falava com ninguém. Robotizado pelo seu comportamento. Todos os passantes ficavam a estranhar aquela atitude inócua, sem objetivo algum. Por que assim agia? Sabe-se lá. Um guarda de trânsito (figura enxotada pelo advento dos semáforos) Era uma figura, muitas das vezes invisíveis, que faziam a diferença na trajetória da história do Bairro São Benedito.  (Antônio Carlos Prata)

domingo, 30 de março de 2025

Morreu neste sábado (29/03) o empresário Nildo Barroso aos 88 anos

Nildo Barroso/ Foto Antônio Carlos Prata 

Em nome de Uberaba em Fotos, vimos expor os nossos mais sinceros sentimentos de pesar. Nesse momento de profunda tristeza, nos faltam palavras de conforto a esta dor. Temos convicção de que nosso glorioso Deus iluminará e consolará a família de Nildo Barroso.

quinta-feira, 27 de março de 2025

SALÃO REX BARBEARIA & CABELEIREIROS

 O tradicional "Salão Rex" localizado na Galeria do edifício Rio Negro, no Centro de Uberaba (MG) encerra suas atividades após 68 anos. 

Carlos Antônio Rodrigues e Cláudia Rodrigues. Foto: Antônio Carlos Prata. 

Cláudia, filha de Vasco Rodrigues, explica; "a decisão de fechar o salão foi motivado por acidente de meu pai e alto custo do aluguel e a drástica diminuição do movimento desde o início da pandemia, o que causou a diminuição também do número de profissionais em atividade. Dos cinco cabeleireiros e barbeiros, apenas um continuava. Apenas o cabeleireiro Carlos Antônio Rodrigues, meu primo e sobrinho de Vasco que trabalhava no salão desde 1988, estava atendendo os últimos clientes. A partir de agora, ele vai atender em casa, na rua Afranio de Azevedo, 1874 - Bairro Olinda. E meu novo endereço: Rua Segismundo Mendes, N⁰ 233 - Centro. Contato: 34 8846-2596.

Sua clientela era formada por políticos, artistas que se hospedaram no Grande Hotel.  Empresários, magistrados, jornalistas da velha guarda e esportistas. Era um dos últimos salões autênticos, onde muita gente passava simplesmente para sentar e jogar conversa fora.

" Em nome de meu pai Vasco, Carlos Antônio, agradecemos  nossa profunda gratidão a cada um por tornar essa jornada tão especial. Levamos conosco lições valiosas e lembranças que guardaremos no coração." Em 05/03/2025. (Antônio Carlos Prata.)

UM PASSEIO PELO PASSADO

Na década de 1960, eu contava com os meus 8 anos de idade e estava na matinê, bem na fila da frente, junto aos meus amigos para assistir ao filme Tarzan. Nesse dia foi a maior festa.

Foto do acervo pessoal de José Querino Machado Filho, Prof. Kiko.

A grande sala do Cine Metrópole não era utilizada apenas para cinema. Era, também, usada como um centro de convenções na qual se desenvolvia a arte teatral e festas de formaturas.

 Lembro-me ainda antes da criação do Teatro Experimental de Uberaba (TEU), quando o ator, diretor e produtor Aldo Roberto Silva, o eterno “Salsichachau”, estreou a peça "Chapéuzinho Vermelho", texto de Maria Clara Machado. A peça trás a famosa história da menina do Chapéuzinho Vermelho, que ao desviar do caminho para ir à casa da vovó, cai nas artimanhas do astuto Lobo Mau.

Logo depois da estréia  foi fundado o Teatro Experimental de Uberaba (TEU), na rua Alaor Prata, 18. Fundadores: Arlindo de Carvalho, Maurilio Cunha Campos de Moraes e Castro e Aldo Roberto Silva.

Pagava-se o preço meia-entrada de cinema para vê-los ao vivo no palco do cinema. E, comumente, atores menos famosos, vinham trazendo o teatro como forma de divulgação e o próprio ator ficava na portaria para ser visto pelos frequentadores. 

Com o advento e o desenvolvimento da televisão, as salas de cinema entraram em decadência e o nosso cinema não teria como ser poupado. Foi morrendo aos poucos.  A exibição, de até duas sessões aos sábados e domingos, dependendo dos filmes, passou para apenas uma. Depois de algum tempo, as sessões diárias passaram a três vezes, por semana, vindo, posteriormente, a ser somente aos sábados e domingos e, finalmente, fechado.

Enquanto isso está bem guardado na caixa de minha memória o Cine Metrópole no auge de sua existência: Vejo Senhor Romeu com seus filhos,  no Bar "Buraco da Onça" anexo ao cinema.--- A Maria toda garbosa na cabine vendendo as entradas; o Senhor Alcino com a sua simpatia na portaria, sempre sorridente e brincalhão. O Gentil com sua laterninha. O Senhor Alaor com seu suspensório sempre elegante. 

 Sinto-me feliz ao rever a minha infância e juventude, através dessas lembranças de momentos felizes que o Cine Metrópole proporcionou. Entendo que esse tipo de lembranças são sonhos reais que permanecem dentro de nós até a maturidade. Fora isso não passa de utopia. ---- Sinto falta da infância que se foi e não volta mais, e, também, das pessoas que partiram para junto de Deus. Afinal a morte não tem retorno. As lembranças da infância e da juventude, são momentos que nos proporcionam algum conforto e estimula o amor e a vontade de viver até o último quartel de nossas vidas. Foto do acervo pessoal de José Querino Machado Filho, Prof. Kico. (Antônio Carlos Prata)

terça-feira, 25 de março de 2025

E O TEMPO LEVOU...

Cooperativa Regional dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande - Copervale em 1950. Praça Manoel Terra. Hoje funciona posto de combustível. 

Plataforma da Cooperativa.Foto: de Ricardo Prieto.

Os leiteiros vendiam leite numa espécie de carroça baú puxada a cavalo, toda branca, o vendedor  com seu latão de bico e caneco de medir.

Na década de 1960, adorava esses tipos populares, particularmente os que se apresentavam com algum estilo musical, feito esse ferro batendo num pedaço de "campana de freio de carro" anunciado sua chegada gritando, "Olha o leiteiroooooo".

Faziam parte da paisagem humana da nossa cidade, nos tempos de nossas infâncias e juventudes, também os verdureiros,  os compradores de garrafas",  olha o Algodão-doce", "olha o Picolé ", Ô Lavouraaaa que deu crime,  olha o Piruuuliiitooo". Não esquecendo  do "Seu"  Roque Manuel da Silva, o "Roque do Biju". Corríamos catando moedas quando escutava o "triângulo". Antônio Carlos Prata.

RÁDIO P.R.E- 5 DE UBERABA

Foto do ano 1941 – Nas lentes do fotógrafo João Schoroden Júnior, o  prédio onde funcionava a antiga oficina e revenda de veículos Ford Derenusson, no piso térreo, e no pavimento superior a Rádio P.R.E-5. e auditório, também conhecido como Salão Grená.
O acesso era por uma escadaria na lateral esquerda da vitrine da  revendedora.

       Foto: João Schoroden Júnior/ Ano 1941.

Quem  não acompanhou em Uberaba, a programação da rádio PRE-5, bons tempos,  o tempo passa, mas a história da rádio continua e continuará na memória de todos que tiveram a oportunidade de acompanhar este tipo de entretenimento onde você curtia a boa notícia, a boa música e ficava por dentro do que ocorria em nossa cidade.
Era de fato a melhor emissora de rádio de Uberaba, detentora de enorme audiência e possuidora de um arquivo de áudio que registrava importantes momentos da vida uberabense.

O que me incomoda no atual rádio é a falta dos programas específicos e principalmente da indentidade do radialista a sua frente, salvo raras exceções.
Não temos mais esse padrão radiofônico nas transmissões que era o "DNA" de uma emissora, hoje "tanto faz" escutar a emissora A, B, C...
Uma pena que a memória da emissora, tanto em fotos como em áudio, não tenha sido preservada, é quase impossível achar algo relacionado na internet.

Hoje em dia as plataformas digitais de publicação, como a da Amazon, permitem que obras sejam lançadas quase a custo zero, em se tratando de publicação digital, é um passo inicial para, pelo menos registrar e preservar a história e quem sabe no futuro partir para a impressão física. Vamos ver se alguém tem a iniciativa. Antônio Carlos Prata.